Ibovespa cai 0,53% e dólar tem alta de 0,22%

Ibovespa cai 0,53% e dólar tem alta de 0,22%

Dólar fecha em R$ 3,79

AE

Índice Bovespa termina dia com 102.932 pontos

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A queda expressiva das ações do setor financeiro, em um ambiente negativo nas bolsas internacionais, impôs perda de 0,53% ao Índice Bovespa nesta terça-feira, marcando 102.932,76 pontos. O recuo não foi maior graças ao desempenho positivo de ações de empresas de consumo, embaladas pela expectativa de serem beneficiadas por um corte da taxa Selic, amanhã. O compasso de espera pelas reuniões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos manteve o volume de negócios abaixo da média de julho, somando R$ 14,7 bilhões.

"O sinal de baixa foi determinado pelas bolsas na Europa e Estados Unidos e foi potencializado por uma realização de lucros mais forte das ações do setor financeiro. O balanço do Itaú Unibanco foi positivo, à exceção dos dados da carteira de crédito, que cresceu menos que o esperado", disse Vitor Miziara, gestor da Criteria Investimentos.

Na avaliação do profissional, o investidor vem aproveitando esses dias de espera para fazer ajustes em suas carteiras, levando em conta ações que estão mais descontadas. "Os bancos subiram mais, e mais rapidamente. O investidor agora está indo aproveitar o potencial de outros papéis, de empresas que ainda não apresentaram balanço", afirma.

Entre as ações do setor financeiro, Itaú Unibanco, papel de maior peso na composição do Ibovespa (10,2%) foi justamente a maior perda, com -3,32%. A cautela com os dados de crédito e inadimplência do setor financeiro contribuiu para que o setor apresentasse queda generalizada hoje. Bradesco ON e PN recuaram 1,74% e 2,07%. As units do Santander perderam 3,10%. Entre os índices setoriais, o Ifinanceiro (IFNC) foi o único a apresentar queda hoje, de 1,08%.

Em contrapartida, o Índice Imobiliário (IMOB) subiu 1,74% e teve o melhor desempenho entre as carteiras setoriais. Outro destaque foi o Índice de Energia Elétrica (IEE), que subiu 0,94%. O índice que congrega ações de consumo e varejo (ICON) subiu 0,23%, mas ainda lidera as altas setoriais em julho, com ganho de 9,77%, muito acima do 1,95% do Ibovespa no acumulado do mês. Em todos esses casos, é a expectativa de corte de juros que estimula a aposta nesses papéis, ou pelo impacto positivo no endividamento das empresas ou pela expectativa de aumento do consumo.

Dólar

O dólar teve novo dia de valorização nesta terça-feira, influenciado pelo noticiário internacional. Declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a China e indicadores mistos da economia americana acabaram fortalecendo a moeda americana no mercado internacional, influenciando os negócios aqui. Com o noticiário local esvaziado, a liquidez seguiu baixa no mercado futuro, que influencia os preços no segmento à vista, indicando que os agentes estão evitando fazer apostas mais firmes antes do final da reunião da reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) e do Banco Central do Brasil, ambas nesta quarta-feira. O dólar à vista fechou em alta de 0,22%, a R$ 3,7915, perto das máximas do dia.

Trump declarou que se for reeleito, as negociações comerciais com a China serão "duras". Mais tarde, falou que as conversas "estão indo bem". Além disso, ele defendeu um corte mais radical de juros pelo Fed. Investidores também monitoraram uma série de indicadores divulgados hoje nos EUA. Um deles, a confiança do consumidor, veio bem melhor (135,7 pontos) que o previsto (124,8), ajudando a reforçar a visão de que o ciclo de corte de juros na economia americana pode não ser tão intenso.

"Enquanto permanece o debate sobre o tamanho da primeira redução, o mercado continua a precificar com a certeza de 100% de que haverá um corte", afirma a economista da corretora Stifel, Lindsey Piegza.

Para os estrategistas do Rabobank, o Fed deve cortar os juros em 0,25 ponto porcentual, mas os fluxos de capital para emergentes em busca de retorno maior, que ajudaria a valorizar estas moedas, não devem repetir o que ocorreu em outros períodos. Para ele, as negociações comerciais entre a China e os EUA devem manter os investidores em alerta e limitar maiores movimentos, na medida em que um acordo entre as duas maiores economias do mundo não deve ser alcançado em breve.

No caso do BC brasileiro, os economistas do Citibank, Leonardo Porto e Mauricio Une, acreditam que o possível corte de juros pela Banco Central nesta quarta-feira, aliado a aprovação da reforma da Previdência vai levar a uma apreciação do real. Eles preveem a moeda americana em R$ 3,68 ao final do ano e R$ 3,66 ao final de 2020, na ausência de choques externos. Para os economistas, a previsão de que a economia fiscal da Previdência deve ficar em R$ 750 bilhões já parece "conservadora". No cenário externo, o Citi não vê uma escalação da guerra comercial entre a China e os Estados Unidos.

Juros

Em um pregão morno, os juros futuros apresentaram oscilações modestas e encerraram a sessão regular desta terça perto dos níveis dos ajustes de ontem. Diante de um quadro de apostas já consolidadas para a decisão do Copom amanhã e a expectativa pelo encontro do Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano), investidores adotaram uma postura cautelosa e promoveram apenas ajustes marginais nos prêmios de risco.

Entre os contratos mais curtos, DI para janeiro de 2020 encerrou a 5,56%, ante 5,57% no ajuste de ontem. Na parte intermediária da curva, DI para janeiro de 2021 passou de 5,43% para 5,42%, e DI para janeiro de 2023 fechou 6,30%, estável. Entre os longos, DI para janeiro de 2023 desceu de 6,85% para 6,83%.

A liquidez foi superior a do pregão de ontem, mas ainda assim reduzida. Foram negociados 215,5 mil contratos para o vencimento de janeiro de 2021, quase cem mil acima do observado ontem (119 mil) e em linha com a média diária da semana passada. Em junho, o giro diário superava 400 mil contratos.

Segundo Luis Felipe Laudisio, operador de renda fixa da corretora Renascença, as taxas futuras espelham cerca de 75% de chances de redução da Selic em 0,50 ponto porcentual, para 6% ao ano. A ala minoritária do mercado se concentra na expectativa de corte de 0,25 ponto. Há também apostas muito residuais em uma redução de 0,75 ponto.

"O mercado está com ritmo bem lento, apenas aguardando as reuniões do Copom e do Fed amanhã. Podemos ver um ajuste mais forte após o Copom, dependendo do que o comunicado sinalizar para as próximas reuniões", diz Laudisio, lembrando que, grosso modo, o mercado trabalha com um ciclo total de afrouxamento monetário entre 1 ponto e 1,25 ponto porcentual.

No exterior, os investidores apostam majoritariamente que o Fed reduza a taxa básica de juros americana - atualmente entre 2,25% e 2,50% - em 0,25 ponto porcentual.

Contudo, como há ainda apostas minoritárias em queda de 0,50 ponto porcentual, pode haver um ajuste para cima nas taxas dos Treasuries amanhã com potencial para levar a uma pequena recomposição de prêmios na parte longa da curva a termo local.

Um gestor de renda fixa observa que é normal os agentes se retraírem diante da perspectiva de mudança concomitante de política monetária aqui e nos Estados Unidos.

"Dependendo da combinação das decisões do Copom e do Fed, podemos ter um ajuste mais forte na curva. Além disso, o Congresso volta do recesso e haverá o segundo turno da reforma da Previdência na Câmara", diz o gestor, que ainda vê espaço para redução dos prêmios nas taxas locais.


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