Ibovespa sobe 1,82% e volta a se aproximar da marca dos 100 mil pontos

Ibovespa sobe 1,82% e volta a se aproximar da marca dos 100 mil pontos

Dólar caiu 1%, a maior queda do mês, e terminou a terça-feira em R$ 3,8606

AE

Dólar teve a maior queda do mês nesta terça

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Uma conjunção de fatores, externos e internos, impulsionou uma alta significativa do Índice Bovespa nesta terça-feira, 18, que voltou a se aproximar da marca psicológica dos 100 mil pontos. Compuseram o cenário de maior apetite por risco os acenos de entendimento entre Estados Unidos e China, a expectativa de afrouxamento monetário no Brasil e nos EUA e a maior confiança no avanço da reforma da Previdência. Assim, o Ibovespa já abriu em terreno positivo e terminou o pregão com ganho de 1,82%, aos 99.404,39 pontos.

A contribuição externa para o dia positivo veio de duas frentes principais. Uma delas foi a afirmação do presidente americano, Donald Trump, de que teve uma conversa "muito boa", com o presidente chinês, Xi Jinping, acenando com a possibilidade de um entendimento no campo comercial. O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, também cooperou com o bom humor ao sinalizar estímulos à economia da zona do euro. Em reação, as bolsas europeias e americanas contabilizaram ganhos, que se estenderam aos mercados emergentes.

O front doméstico teve noticiário mais escasso, mas com reforço do sinal positivo. Foi bem recebida a afirmação feita segunda à noite pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de que está trabalhando para que o texto da reforma da Previdência volte a incluir os Estados e municípios. Já o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou que vai definir um calendário para a tramitação da reforma na Casa com a comissão de senadores que acompanha o andamento da proposta na Câmara.

"A possibilidade de retorno dos Estados e municípios à reforma dá um ânimo extra ao mercado, que está atento a qualquer fator que possa elevar a economia desejada pelo ministro Paulo Guedes. E a sinalização de empenho no Senado reforça esse clima mais ameno", disse Ariovaldo Ferreira, gerente de renda variável da H.Commcor.

Ferreira chama a atenção para a recuperação do bloco de ações de bancos, praticamente o único setor que reagiu negativamente à apresentação do relatório de Samuel Moreira (PSDB-SP) na comissão especial da Câmara. "Alguns analistas acreditam que o mercado já precificou boa parte da elevação da alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) sobre os bancos", disse.

Entre as altas mais significativas estiveram os papéis do setor financeiro, com destaque para Banco do Brasil ON (+2,34%) e Itaú Unibanco PN (+2,59%). Já a maior alta do Ibovespa ficou com B3 ON (+7,35%), repercutindo notícia de que a bolsa poderá ser isenta da elevação da CSLL. Também tiveram fortes altas os papéis de Vale ON (+3,59%), Gerdau Metalúrgica PN (+4,48%) e CSN ON (+3,18%).

Dólar

O dólar caiu 1%, a maior queda do mês, e terminou a terça-feira, 18, em R$ 3,8606. O maior recuo nos últimos dias havia sido dia 31 de maio, quando a divisa teve baixa de 1,33%. O mercado de câmbio foi principalmente influenciado pelo cenário internacional. Desde a parte da manhã, os investidores venderam dólares e reduziram posições defensivas com a declaração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que as conversas sobre a questão comercial com o presidente chinês, Xi Jinping, foram "muitos boas" e que os dois líderes terão "reunião prolongada" na próxima semana, no Japão. Na Europa, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, deu sinais claros de que está disposto a adotar mais estímulos monetários.

As declarações dos líderes tiveram impacto imediato no mercado internacional de moedas. O euro caiu ante o dólar e a moeda americana recuou perante as divisas de emergentes e países exportadores de commodities. O foco do mercado agora é o final da reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que termina na tarde desta quarta-feira e é o evento mais esperado da semana.

O estrategista-chefe de moedas do Wells Fargo Securities Nick Bennenbroek destaca que o dólar tende a se enfraquecer ainda mais este ano, por conta da tendência de cortes de juros pelo Fed a partir de julho. A expectativa é que na reunião de quarta os diretores sinalizem que a redução das taxas está próxima, disse Bennenbroek em teleconferência com investidores. O Wells Fargo, quarto maior banco dos EUA, projeta um corte de juros nos EUA em julho e outro no quarto trimestre, provavelmente em outubro, em meio à inflação comportada na maior economia do mundo.

Já para a questão comercial dos EUA, o Wells Fargo está menos otimista. Trump e o líder chinês devem se encontrar no Japão no final do mês, mas o economista-chefe do banco, Jay Bryson, não espera que nada definitivo vai sair do encontro. "A disputa comercial com China vai durar pelo futuro previsível", disse na teleconferência. Já o dólar mais fraco na economia mundial deve ser a marca deste ano e do próximo, o que deve beneficiar algumas divisas de emergentes.

No mercado doméstico, a agenda foi esvaziada e as mesas de câmbio monitoraram o início dos debates do relatório da reforma da Previdência na comissão especial da Câmara. Para o sócio e estrategista da Tag Investimentos, Dan Kawa, a reforma parece estar fluindo, apesar dos "ruídos e obstáculos" envolvendo o governo.

Taxas de juros

O mercado ficou um pouco mais cauteloso à tarde, nesta terça-feira, 18, com os juros futuros rondando as máximas durante a etapa vespertina. Ainda assim, fecharam a sessão regular em leve queda na ponta longa, enquanto os vencimentos curtos terminaram estáveis. Os eventos no exterior foram determinantes para os negócios. As taxas locais espelharam o movimento de suas pares no exterior, que também perderam fôlego de baixa ao longo do dia após o presidente americano, Donald Trump, afirmar que teve uma conversa por telefone "muito boa" com o presidente chinês, Xi Jinping. As declarações acabaram por aplacar um pouco do efeito trazido pelas declarações de Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu (BCE). Ele disse que mais cortes de juros continuam fazendo parte das ferramentas da instituição.

No fechamento da sessão regular, mesmo com as taxas nas máximas, ou perto delas, a curva perdia inclinação. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 fechou a 6,020%, estável ante o ajuste de segunda e a do DI para janeiro de 2023 encerrou a 6,96%, de 7,001% segunda no ajuste. A do DI para janeiro de 2025 passou de 7,561% para 7,500%. Na etapa estendida, já exibiam viés de alta.

A fala de Draghi, em pronunciamento no segundo dia do fórum anual do BCE, em Sintra, Portugal, foi o principal assunto do dia para os mercados, mas o efeito benigno sobre a curva local acabou sendo diluído, principalmente após a declarações de Trump. Estas trouxeram algum alívio às preocupações com a guerra comercial. "Quando Trump indicou que poderia chegar a um acordo com China no G20 as taxas voltaram bem. Grande parte do movimento de fechamento do juro foi junto com o externo", disse um diretor de Tesouraria. Trump afirmou, em relação a Xi Jinping, que "teremos uma reunião prolongada na próxima semana no G-20, no Japão".

Na curva dos Treasuries, a taxa da T-Note de dez anos, que nas mínimas chegou ao patamar de 2,01%, perto das 17h30 voltava a 2,058%, ainda longe, porém, do nível de segunda (2,08%).

Nesta véspera da decisão do Federal Reserve, a fala de Trump não muda a percepção de que o mundo passa por uma onda "dovish" nas políticas monetárias, que deve ser reforçada pelo comunicado do Federal Reserve nesta quarta-feira, mas, de todo modo, dá argumento para o mercado realizar lucros, ainda mais com as taxas atualmente em pisos históricos.

Na ponta curta, as taxas também mostravam queda pela manhã, mas passaram a oscilar perto da estabilidade após notícia de que o governo teria decidido reduzir a meta de inflação em 2022 para 3,5%, trazida pela agência Bloomberg. O Conselho Monetário Nacional (CMN) deve decidir sobre o assunto em sua reunião da próxima semana. Caso se confirme a decisão, o mercado pode ver espaço menor para recuo da Selic. Os investidores também estão na expectativa pelo comunicado do Copom, que deve sinalizar nesta quarta sobre a intenção de cortar a taxa básica no segundo semestre.


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