Indústria projeta queda do setor e redução do crescimento do PIB

Indústria projeta queda do setor e redução do crescimento do PIB

CNI prevê crescimento de 0,9% da economia brasileira em 2022, inferior ao 1,2% previsto anteriormente. Indústria deve recuar 0,2%

R7

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CNI (Confederação Nacional da Indústria) revisou para baixo a projeção do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) no Brasil e para o setor industrial em 2022, com previsão de retração na área, diferentemente da projeção inicial feita pela confederação, que apontava para um crescimento neste ano.

O Informe Conjuntural do 1º trimestre, divulgado nesta quarta-feira, avalia que o PIB do país vai aumentar 0,9%, o que significa uma queda em relação à previsão anterior, de 1,2%. "Ao fim de 2021, projetávamos que a economia brasileira iria crescer 1,2%. Ou seja, mais do que a previsão atual, embora ainda muito longe do ritmo de crescimento ideal", pontuou o informe. 

No caso da indústria, a redução prevista é de 0,2%; anteriormente, previa-se um crescimento de 0,5%. Se isso de fato ocorrer, vai ser a sétima vez que o setor da indústria nacional encolhe em 10 anos. "Em particular, a indústria de transformação, mais afetada pelos problemas de insumos e matérias-primas e enfrentando uma demanda mais fraca, deve registrar queda no PIB de 2% neste ano", informa análise da confederação.

O grupo aponta como motivo para a retração o cenário da guerra entre a Ucrânia e Rússia e o surto da variante ômicron, do coronavírus, na China, o que tem causado interrupção na produção no país. O informe ainda fala sobre as sanções econômicas impostas contra a Rússia.

"Além desses efeitos, as sanções comerciais impostas por vários países sobre a Rússia contribuíram para novos desarranjos nas cadeias produtivas, novas altas nos preços de fretes e mais incerteza. No Brasil, em particular, ainda que o comércio bilateral entre o País e os envolvidos no conflito seja relativamente baixo, a Rússia é importante fornecedora de fertilizantes para a agricultura brasileira", pontuou.

Em nota, o gerente-executivo de Economia da CNI, Mário Sérgio Telles, afirmou que o país terá o desafio de "enfrentar inflação alta com baixo crescimento". "Mas o Brasil não pode deixar que o controle da inflação recaia exclusivamente sobre a elevação dos juros, principalmente pelo efeito de perda de ritmo da atividade econômica. Sobretudo quando as expectativas de crescimento já são modestas. Nesse sentido, medidas como a redução do IPI [Imposto sobre Produtos Industrializados] são complementares à política monetária”, disse.

Para ele, a redução do IPI contribui com a redução da carga tributária na indústria e ajuda no controle da influsão, ao se contrapor às pressões de custo pelas quais passam as empresas do setor.

O informe conjuntural da CNI afirma que a "reforma tributária e outros avanços na extensa agenda de competitividade e de redução do Custo Brasil podem lançar as bases para o Brasil crescer mais e de forma sustentada, a partir de 2023". Eles frisam que "o passo mais importante a ser dado é a reforma tributária", cuja análise está parada no Senado, apesar de diversas tentativas, incluindo pressão do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

"A reforma ampla da tributação do consumo, proposta pela PEC 110, vai ter efeito imediato sobre o nível de confiança na economia, pelas perspectivas de avanço que ela traz para a competitividade da produção brasileira. Dessa forma, abre-se espaço para destravar investimentos e permitir maior crescimento econômico no futuro", pontuou.


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