Inflação supera quase metade dos acordos salariais em 2021, aponta Dieese

Inflação supera quase metade dos acordos salariais em 2021, aponta Dieese

É o pior resultado em quase quatro anos, de acordo com levantamento

R7 e AE

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Quase a metade das negociações salariais do setor privado perdeu para a inflação em 2021. Esse foi pior resultado em quatro anos, desde que o Dieese começou, em 2018, a avaliar as negociações inseridas na base de dados do Mediador do Ministério do Trabalho.

Conforme a coleta do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, 47,7% das negociações salariais ficaram abaixo da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que fechou 2021 com alta de 10,16%.

Já 36,6% das negociações empataram, e apenas 15,8% superaram a inflação. O reajuste médio de 16,3 mil negociações concluídas e inseridas até 6 de janeiro na base de dados ficou em 0,86% abaixo da inflação.

"Antes de 2018, a gente trabalhava com um painel mais restrito, que incluía as principais negociações", diz o sociólogo Luís Ribeiro, técnico responsável pelo Sistema de Acompanhamento de Contratações Coletivas do Dieese.

Se for considerada uma série mais longa, iniciada em 1996 e que leva em conta uma amostra menor, de 800 categorias, o resultado foi o mais fraco desde 2003. Entre 1996 e 2002, a fatia das negociações que perdia para inflação girava em torno de 40%.

Em 2003, com a inflação em alta, 58% das negociações ficaram abaixo do INPC. De 2004 em diante, a parcela de negociações com reajustes acima da inflação predominou. Mas, com recessão em 2015, o quadro piorou, observa Ribeiro. Ele destaca ainda que, desde 2018, com o enfraquecimento da atividade agravado pela pandemia e a alta do desemprego, a situação complicou para o trabalhador. "É um cenário delicado que resulta da combinação de inflação alta com grande ociosidade no mercado de trabalho", observa o economista da LCA Consultores, Bruno Imaizumi.

A grande parcela de reajustes salariais perdendo para inflação pode limitar o consumo e a atividade, com desdobramentos sobre a inadimplência. "É menos dinheiro injetado na economia", diz, ressaltando que a prioridade do brasileiro hoje é comprar itens básicos.


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