Lançamentos imobiliários tem alta de 15,1% e mostra recuperação parcial em 2017

Lançamentos imobiliários tem alta de 15,1% e mostra recuperação parcial em 2017

Queda no PIB da construção civil foi de -6,7% o que ainda indica influência da crise

Henrique Massaro

Moacyr Schukster, presidente do Secovi RS, destacou os desafios na gestão de condomínios

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O mercado imobiliário nacional teve um aumento de 15,1% no lançamento de imóveis novos e 5,2% nas vendas. Os dados são relativos a comparação de 2017 com o ano anterior e foram apresentados nesta terça-feira pelo Sindicato da Habitação (Secovi-RS) no Panorama do Mercado Imobiliário 2017, em Porto Alegre. Para o setor, há números que representam uma recuperação parcial da crise no país nos últimos anos.

Mesmo com alguns resultados positivos, outros setores não demonstram melhorias. A indústria de materiais de construção, por exemplo, teve queda de 4% em seu faturamento. O PIB da construção civil, considerado um dos principais termômetros do setor imobiliário e da própria economia, foi de -6,7% em 2017, enquanto que, em 2016, foi de -5,6%.

Alguns dos maiores reflexos da crise e sua recuperação podem ser vistos nas taxas de desemprego e nos financiamentos imobiliários. Em dezembro de 2016, por exemplo, o saldo entre o número de pessoas admitidas e desligadas no mercado imobiliário era de -462.366. Já no ano passado, foi de -328.53. No montante de financiamentos, por sua vez, houve uma melhora que surpreendeu. Depois de dois períodos consecutivos de queda - de outubro de 2015 a setembro de 2016, a redução nos recursos disponíveis foi de 48,27% -, a retomada foi positiva em 0,97% de outubro de 2016 a setembro do ano passado.

A renda real das pessoas ocupadas pelo segmento também teve uma melhora, apesar de singela. Se, em 2015, os valores eram inferiores em 2,7% com relação ao ano anterior, a retomada de 2015 (+1,4%) continuou em 2017, com +1,6% na comparação com o ano anterior.



Especificamente em Porto Alegre, houve aumento na oferta. Dos 6,557 imóveis usados que haviam sido ofertados em 2012, a Capital chegou a 13.961 em 2017, um aumento de 112,92% em cinco anos. O Centro Histórico foi o bairro que concentrou a maior parte das ofertas (5,92%). Para o presidente do Secovi-RS, Moacyr Schukster, também é importante destacar que, nos últimos cinco anos, ocorreu uma queda de 20,14% na quantidade de escrituras. “No entanto, mostra a pujança do mercado, porque, apesar de tudo, os negócios continuam se fazendo. O imóvel continua sendo um investimento importante, que merece confiança.”

Aumentos também ocorreram no número de aluguéis, que, cinco anos atrás, havia sido de 6.355 imóveis ofertados e, no ano passado, foi de 13.730 (+116,05%). Assim como a venda, o Centro concentrou a maior parte das ofertas (13,05%). Para o presidente do Secovi-RS, é importante destacar que nos últimos 100 meses ocorreu aumento de 117,41% no preço médio do metro quadrado por área total para imóveis residenciais, o que interessa principalmente aos proprietários.

Os condomínios, para Schukster, devem ser ressaltados. “Estão enfrentando com muita propriedade os novos tempos de aumento de custos, tanto que se verificou que, em 2017, eles praticamente mantiveram suas despesas não obstante à pequena inflação que houve”, disse. A variação acumulada das despesas entre 2016 e 2017 foi de 0,94%. Os maiores gastos (60%) foram com pessoal, obras e segurança.

“Nós entendemos que é uma publicação que merece ser devidamente apreciada e esperamos que contribua para a boa administração não só das empresas, como também da administração pública, porque ali se vê a dinâmica dos negócios imobiliários”, comentou o presidente sobre os dados divulgados ontem. Presente na apresentação, o presidente do Sinduscon-RS, Aquiles Dal Molin, ressaltou a importância das estatísticas para o setor. “Cada vez mais temos que nos afastar do ‘achômetro’”, disse.

O consultor imobiliário Ricardo Jornada, que palestrou antes da divulgação dos números, comentou que o país começa a experimentar uma estabilidade econômica, que, por sua vez, traz esperança de melhoria para o segmento. De acordo com ele, o mercado passou os últimos anos tendo que dar conta do estoque de imóveis devido à crise, mas as perspectivas são de que 2018 e os anos seguintes sejam mais prósperos.

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