Lira diz que governo deve pressionar para furar teto para bancar Auxílio Brasil

Lira diz que governo deve pressionar para furar teto para bancar Auxílio Brasil

O deputado afirmou que a alternativa é necessária diante da não aprovação da reforma do imposto de renda pelo Senado

R7

Segundo o parlamentar, para viabilizar o benefício, "o programa vai ferir um pouco o teto"

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Para conseguir bancar o Auxílio Brasil, novo programa social temporário que substitui o Bolsa Família, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), defendeu a extrapolação do teto de gastos públicos. Segundo o parlamentar, para viabilizar o benefício, "o programa vai ferir um pouco o teto, assim como feriu no ano passado", disse nesta segunda-feira. 

A fala ocorreu durante a 21ª Conferência Internacional Datagro sobre Açúcar e Etanol, em São Paulo. Para Lira, o governo federal acertou ao encaminhar, também nesta segunda-feira, o projeto de lei para a abertura de crédito de R$ 9,3 bilhões a fim de bancar o benefício. "No meu ponto de vista, só errou porque já teria que ter enfrentado esse tema de frente", completou o presidente da Câmara, afirmando que, em 2020, foi necessário alterar o teto em R$ 700 bilhões. 

"Nós sabíamos da importância de socorrer todos os setores e todos aqueles que precisavam de uma assistência do governo para ultrapassar a pandemia. Mas agora nós temos o rebote dela", completou Lira, citando os empregos que ainda não retornaram, o preço das commodities e a inflação nacional e mundial. "Tem pressionado justamente as camadas que vivem abaixo da linha média da pobreza."

Com a liberação desses créditos, o governo irá reajustar em 20% o benefício do antigo Bolsa Família, passando de R$ 190 para R$ 230. A expectativa é de que haja, ainda, um aumento no número de famílias atendidas, de 14 milhões para 17 milhões.

O deputado remeteu a atual situação à falta de apreciação da reforma do imposto de renda por parte do Senado e disse que o governo já deveria ter enviado um projeto para furar o teto, de maneira extraordinária, em razão da pandemia. Segundo o presidente da Câmara, "todo mundo ia entender" a necessidade de liberar R$ 30 bilhões a mais, visto que, em 2020, o rombo aos cofres públicos para conter a pandemia foi de R$ 700 bilhões. "Não é a saída que eu desejaria e que eu sempre defendi, mas é a possível, por falta de apreciação do Senado do imposto de renda."

Além da crítica ao Senado por não aprovar as mudanças no imposto de renda, o que traria "um conceito correto de se taxar dividendos de quem mais ganha no país e exonerar os impostos das empresas que geram emprego e renda", como defendeu, Lira ressaltou a necessidade da aprovação da PEC dos Precatórios, "uma saída para um programa temporário (o Auxílio Brasil)". 

O relator do texto, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), propôs alterações nas regras do teto de gastos a fim de gerar espaço fiscal de R$ 83 bilhões, especialmente para bancar o Auxílio Brasil. Da maneira com que estava o projeto, os precatórios abririam crédito na casa dos R$ 44 bilhões. "Se o nosso texto for aprovado, nenhuma das 17 milhões de famílias receberá menos R$ 400 até dezembro de 2022", disse o parlamentar.

Em novembro, no entanto, o valor será de R$ 230. O novo valor de R$ 400 só deverá começar a ser repassado em dezembro e depende da aprovação do Congresso, conforme explicaram fontes do governo federal ao Blog do Nolasco. 


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