Metade dos brasileiros que quer comprar um imóvel não se planeja financeiramente, diz pesquisa

Metade dos brasileiros que quer comprar um imóvel não se planeja financeiramente, diz pesquisa

Segundo levantamento do Quinto Andar, o financiamento compromete menos da renda das famílias (27%), que o aluguel (31%)

R7

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Nos próximos dois anos, 57% dos brasileiros querem mudar de casa e comprar um imóvel. Um terço considera que há uma grande chance de realizar o sonho da casa própria. Mas apenas 45% têm um planejamento financeiro para isso. Os dados são de uma pesquisa do QuintoAndar, em parceria com o instituto Datafolha. 

O perfil de quem quer comprar uma casa mostra ainda que 58% são da classe AB e 52% não têm filhos. A procura é maior na região metropolitana (51%), do que no interior (40%). Além disso, 52% dos homens estão preparados financeiramente para realizar esse sonho, entre as mulheres esse número cai para 40%.

A principal motivação para esse desejo apontado pelos entrevistados é a vontade de sair do aluguel (43%). Em seguida está: realizar o sonho da casa própria (37%), ter estabilidade financeira (13%) e para investir (11%).

Segundo Jonas Marchetti, diretor de crédito do QuintoAndar, antes de se mudar é preciso avaliar e preparar as finanças. “As despesas costumam aumentar quando você deixa de ser inquilino e vira proprietário, com a manutenção do imóvel. Por isso, é preciso fazer uma reserva para gastos inesperados e não deixar tudo na transação. Na casa nova, talvez sejam necessárias algumas melhorias. O ideal é até fazer um "test-drive" alguns meses antes de comprar para ver a capacidade de arcar com todas as despesas, que incluem valor da parcela de um eventual financiamento, condomínio, IPTU”, afirma.

A maioria das pessoas que pretendem comprar um imóvel quer fazer um financiamento (52%). Outros 25% planejam pagar à vista. Em seguida está pedir ajuda financeira a familiares e o consórcio, cada um com 9%. “A dica é sempre levar em conta o custo efetivo total. Ou seja, analisar a forma de correção das parcelas, o custo do seguro. É preciso fazer contas. Se a pessoa não estiver segura com todos os cálculos para fazer um financiamento, o ideal é procurar ajuda, conversar com amigos, pesquisar mais”, aconselha Marchetti.

A pesquisa mostrou ainda que o financiamento imobiliário compromete 27% da renda familiar dos brasileiros. O valor médio gasto mensalmente com a parcela é R$ 715. A região com o custo mais caro é a Sudeste (R$ 867), seguida por Norte (R$ 802), Sul (R$ 770), Nordeste (R$ 462) e Centro-Oeste (R$ 458). Já entre as áreas metropolitas, o financiamento mais caro é o de São Paulo (R$ 1.206), à frente do Rio de Janeiro (R$ 1.111) e de Belo Horizonte (R$ 827).

Entre os que pretendem fazer um financiamento, 52% irá recorrer a bancos, 26% ao programa Casa Verde Amarela, 19% a construtoras e 9% não responderam. Já aqueles que querem comprar à vista um imóvel, 39% irá usar a poupança, 28% vão vender outros imóveis, 26% irão vender outros bens, 10% pretendem sacar o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Contribuição) e 5% não responderam.

Aluguel

Dentre os que querem se mudar, 25% pretendem alugar um imóvel. Para 70% a falta de recursos financeiros influenciou nessa decisão. O peso do aluguel na renda mensal familiar é de, em média, 31%, percentual maior que do financiamento, e o valor médio pago no país é R$ 686.

A região com o aluguel mais caro é a Sudeste (R$ 824), à frente da Sul (R$ 791), do Centro-Oeste (R$ 640), do Nordeste (R$ 400) e da Norte (R$ 579). Ao comparar as regiões metropolitanas, São Paulo (R$ 1.078) lidera o ranking, seguida por Rio de Janeiro (R$ 876) e Belo Horizonte (R$ 834).

Para Marchetti, é essencial que a pessoa reflita sobre o que compensa mais. “Isso depende muito da fase da vida em que cada um está. Se a pessoa vai casar, é preciso pensar em um imóvel que caiba todo mundo, especialmente se pretende ter filhos ou um pet. Como os custos de transação são caros, é essencial planejar o período que se espera ficar no imóvel. Se for pouco tempo, talvez seja melhor alugar que comprar”, afirma. Para esse modelo de contrato, o depósito caução é a garantia locatícia mais utilizada em todas as regiões (57%), despois está o fiador (15%), análise de crédito e de seguro (ambos com 7%).

Métodos mais usados para comprar um imóvel

O levantamento mostrou também qual a forma mais utilizada na hora de buscar um novo lar. As clássicas plaquinhas foram citadas por 48% dos entrevistados. Imobiliárias tradicionais, busca por sites, aplicativos e redes sociais são usadas pelo mesmo percentual de pessoas (41%).

Nas classes AB, os sites e aplicativos são os meios preferidos para encontrar um imóvel (55%). Índice superior ao das classes C e D, em 41% e 28% utilizam os meios digitais, respectivamente. Já entre os jovens esse percentual sobe para 47%. A pesquisa entrevistou 3.186 brasileiros, a partir de 21 anos, das cinco regiões do país. Os dados foram coletados entre 11 e 21 de outubro de 2021. A margem de erro é dois pontos percentuais para mais ou para menos. 


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