"Não vai nem andar", diz Mourão sobre eventual CPI da Petrobras

"Não vai nem andar", diz Mourão sobre eventual CPI da Petrobras

Jair Bolsonaro comanda articulação para que a gestão da estatal seja investigada pelos parlamentares no Congresso Nacional

R7

Mourão afirmou que eventual investigação contra a estatal "não vai nem andar"

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Após o presidente Jair Bolsonaro articular a abertura de uma CPÌ para apurar supostas irregularidades na Petrobras, o vice-presidente Hamilton Mourão afirmou, nesta segunda-feira, que eventual investigação contra a estatal "não vai nem andar". "Não tem nem tempo. Nós estamos aí andando já em fase quase eleitoral, né? Vamos falar assim: mais um mês e meio inicia a campanha eleitoral, então acho difícil que uma CPI vá andar nesse momento", disse Mourão.

A articulação para que a estatal seja alvo de uma investigação feita por congressistas é comandada por Jair Bolsonaro. "Eu conversei agora, há poucos minutos, com o Arthur Lira [presidente da Câmara dos Deputados]. Ele está nesse momento reunido com líderes partidários, e a ideia nossa é propor uma CPI para investigar o presidente da Petrobras, os seus diretores e também o conselho administrativo e fiscal", disse o presidente, na sexta.

"Porque nós queremos saber se tem algo errado nessa conduta deles. Porque é inconcebível se conceder um reajuste com o combustível lá em cima e com os lucros exorbitantes que a Petrobras está tendo", prosseguiu Bolsonaro.

No mesmo dia, a estatal anunciou que reajustaria o preço da gasolina e do diesel para as distribuidoras a partir de sábado (18). Com a atualização, o preço médio de venda da gasolina passará de R$ 3,86 para R$ 4,06 por litro – alta de 5,2%. O valor do diesel subirá 14,3%, passando de R$ 4,91 para R$ 5,61 o litro.

Com a mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da Petrobras no preço para os motoristas passará de R$ 2,81, em média, para R$ 2,96 a cada litro vendido nos postos. É o primeiro reajuste do combustível em 99 dias.

Em artigo divulgado recentemente, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que o então presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, era "ilegítimo". Mourão foi questionado pela declaração do parlamentar, que tem feito pressão na estatal diante da alta dos preços dos combustíveis no país e chegou a pedir que o químico renunciasse ao posto.

"Ah, pô, isso aí tem que ser votado no Conselho de Administração né? Então não é desse jeito né? Isso tudo é opiniões né? Que hoje é um tumulto de opinião geral", completou Mourão.

Dança das cadeiras

Mais cedo, a Petrobras anunciou Fernando Borges como presidente interino da estatal. Ele será o substituto de José Mauro Ferreira Coelho, que pediu demissão do cargo. Borges é diretor-executivo de Exploração e Produção foi nomeado pelo Conselho de Administração, em decorrência da vacância na presidência da companhia.

De acordo com a Petrobras, Borges, que é funcionário de carreira, ficará no posto até a eleição e a posse de novo presidente da estatal. O governo havia indicado o secretário de Desburocratização do Ministério da Economia, Caio Mário Paes de Andrade, para o cargo.

Mauro tomou posse no dia 14 de abril deste ano. À época, argumentou que a redução da dívida bruta da estatal, em pouco menos de R$ 60 bilhões, abria espaço para investimentos e que havia a intenção de reduzir os custos de extração de petróleo, com o objetivo de aumentar a produtividade.

Coelho substituiu o general Joaquim Silva e Luna, demitido por Bolsonaro no fim de março. Na ocasião, o presidente chegou a dizer que o comando da estatal precisava de "alguém mais profissional". Após a decisão, o militar defendeu a gestão à frente da estatal e as decisões adotadas, alvo de críticas por parte do governo em razão dos sucessivos repasses de aumentos no preço dos combustíveis ao consumidor.

O químico foi o terceiro a ocupar o posto na estatal durante o governo Bolsonaro, depois de Joaquim Silva e Luna e Roberto Castello Branco. Ele deixou o comando da estatal pelos mesmos motivos que seus antecessores: os reajustes feitos no preço dos combustíveis, que têm incomodado Bolsonaro no ano em que busca a reeleição e aparece em segundo lugar nas pesquisas eleitorais.

Bolsonaro critica de forma recorrente a política de preços da Petrobras, que adota o modelo PPI (Preço de Paridade Internacional), o que faz com que o preço de gasolina, etanol e diesel acompanhe a variação do valor do barril de petróleo no mercado internacional.


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