Opep+ reafirma acordo para conter oferta de petróleo

Opep+ reafirma acordo para conter oferta de petróleo

Grupo afirma que a taxa de cumprimento do acordo para corte na oferta ficou em 115% em março, ou seja, superou o combinado

AE e AFP

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A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) confirmou em comunicado a manutenção do acordo entre as nações envolvidas para conter a oferta da commodity. A nota foi divulgada após reunião em nível ministerial do grupo, o qual informou que a data para o próximo encontro do cartel será 1º de junho. Grupo afirma que a taxa de cumprimento do acordo para corte na oferta ficou em 115% em março, ou seja, superou o combinado.

A entidade destacou as "contribuições positivas em andamento" dos envolvidos para reequilibrar o mercado. Para a Opep+, o crescimento global deve ganhar impulso no segundo semestre, em um quadro de retomada econômica, com níveis "sem precedentes" de apoio monetário e fiscal.

Por outro lado, o grupo diz haver um aumento no número de casos da covid-19, "apesar de campanhas de vacinação em andamento", algo potencialmente negativo para a recuperação da demanda por petróleo. O comunicado afirma que, apesar da taxa de cumprimento geral acima do combinado, alguns países não atingiram suas metas individuais, e deverão compensar a diferença nos meses seguintes, até setembro deste ano.

Os países ainda prometem seguir "vigilantes e flexíveis", diante das "condições de incerteza do mercado". A nota também destaca o ajuste voluntário adicional "significativo" anunciado pela Arábia Saudita em abril de 2021, de 1 milhão de barris por dia, e o fato de que os sauditas retomarão esses volumes apenas gradualmente em maio, junho e julho.

Petróleo fecha em alta

O petróleo fechou em alta nesta terça-feira. Ainda assim, as preocupações com a escalada da pandemia de Covid-19 em países como a Índia permanecem como pano de fundo. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do WTI para junho avançou 1,66%, a US$ 62,94. O Brent para julho, que agora é o contrato mais líquido, subiu 1,29%, a US$ 65,87 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

O chefe de pesquisa em commodities do Commerzbank, Eugen Weinberg, avalia em um relatório enviado a clientes que a produção de petróleo na Líbia deve se recuperar de forma rápida, depois de ter diminuído recentemente, o que coloca pressão sobre os preços do petróleo. "Por outro lado, nenhum acordo parece que será alcançado em um futuro próximo entre os EUA e o Irã", pondera o analista do banco alemão. Os dois países retomaram nas últimas semanas as negociações sobre o acordo nuclear de 2015.

Na visão do analista de mercado financeiro Edward Moya, da Oanda, apesar do efeito da piora da pandemia na Índia e no Japão para a demanda de petróleo, a perspectiva melhorou "dramaticamente" na Europa, onde a campanha de imunização começa a engrenar.

Para a Capital Economics, depois de um salto no começo do ano, os preços das commodities cairão novamente até o fim de 2021. A consultoria britânica espera que o preço do Brent chegue a US$ 75 o barril no terceiro trimestre, mas depois retorne a US$ 70 o barril. A projeção para o WTI, por sua vez, aponta para um pico de US$ 72 o barril e, na sequência, um recuo a US$ 67 o barril, em igual período.

No final da tarde desta terça, serão divulgadas ainda as estimativas do American Petroleum Institute (API) para os estoques de petróleo nos EUA na semana passada.


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