Paulo Guedes declara que RRF, lançado no governo Temer, não funcionou

Paulo Guedes declara que RRF, lançado no governo Temer, não funcionou

Ministro da Economia entende que tramitação de um novo pacto federarivo pode começar pelo Senado

AE

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O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o Regime de Recuperação Fiscal (RRF) dos Estados, lançado no governo Temer, não funcionou. Ele voltou a prometer um novo programa de socorro aos governos estaduais. "O RRF foi usado apenas em um lugar (Rio de Janeiro) e não deu certo. O programa é pouco potente. Vamos fazer o nosso próprio programa", afirmou Guedes, em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

"O redesenho do pacto federativo vai trazer muito dinheiro aos Estados", prometeu. Guedes voltou a tomar uma "bronca" do presidente da CAE, senador Omar Aziz (PSD-AM), sobre o tempo usado nas respostas. "O senhor não estourou o tempo, o senhor saiu de 9 para 22 minutos. Se a economia for assim também, sair de 9 para 22, tudo bem", brincou o Senador.

"Se os senhores não votarem, vamos ficar só no papo", respondeu Guedes. Previdência O ministro da Economia disse na audiência na CAE do Senado que todos os governadores estão a favor da reforma da Previdência porque as despesas com inativos nos Estados segue a dinâmica explosiva. Ele voltou a afirmar que há risco de os servidores ficarem sem salários, caso a proposta não seja aprovada. "Não é ameaça. A máquina pública brasileira vai implodir, e é muito rápido", disse. 

O ministro sugeriu que a PEC que reformula o pacto federativo poderia entrar no Congresso pelo Senado, tramitando ao mesmo tempo em que a Câmara dos Deputados discute a reforma da Previdência.

"Acho que, da mesma forma que mandamos uma reforma da Previdência para a Câmara dos Deputados, deveríamos analisar a conveniência de mandar um pacto federativo para o Senado. Trata-se de redesenhar, não é só salvar este ano, é redesenhar as finanças públicas do Brasil, corrigindo esse mal sistêmico do modelo econômico. Tem que ser descentralizado", disse Guedes diante do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (PDT-AP).

Segundo Guedes, a equipe econômica já amadureceu a PEC do Pacto Federativo, que desvincula, desindexa e retira diversas obrigações do Orçamento. Ele disse que a proposta agora precisa avançar no meio político. "Essa é uma pauta técnica, mas ainda não teve o sabor da política. Nós queríamos começar essa interação já", acrescentou. Crise nos estados A crise nos estados é o principal tema da audiência pública.

Pressionado por senadores que querem que a União devolva R$ 39 bilhões da Lei Kandir, Guedes culpou governos anteriores e o modelo econômico que centralizou recursos no governo federal nas últimas décadas e disse que o Brasil só não chegou à situação da Venezuela porque a democracia impediu.

"O Brasil vira prisioneiro de uma armadilha de baixo crescimento, o que é lamentável. É culpa da democracia? Não, é culpa do modelo econômico. O modelo econômico está equivocado. Isso aconteceu em vários países, em épocas diferentes através da história, como na União Soviética e em Cuba. O exemplo mais recente é a tragédia venezuelana. Somos uma forma mitigada disso", declarou Guedes. C

riada no fim dos anos 1990 para isentar de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) as exportações de bens primários e semielaborados, a Lei Kandir prevê uma compensação aos estados. Até 2003, o valor era fixado, mas os repasses são negociados ano a ano entre a União e os estados desde 2004.

O ministro da Economia propôs três formas de ajudar os estados em dificuldade. A primeira é a antecipação de receitas a estados em dificuldade financeira em troca de um plano de recuperação fiscal. A segunda é a mudança na distribuição do fundo social do pré-sal, para destinar 70% aos estados e aos municípios.

A terceira é a PEC do Pacto Federativo. Previdência Guedes reiterou que a economia final de recursos com a reforma da Previdência não pode ficar abaixo de R$ 1 trilhão, sob pena de impedir a adoção do regime de capitalização (quando o trabalhador contribui para a própria aposentadoria) para os jovens que entrarão no mercado de trabalho. Ele disse que a oposição deveria apoiar a reforma da Previdência para conseguir governar caso ganhe eleições no futuro.

"Se fizermos a reforma, não tem problemas. Se não fizermos, vamos condenar nossos filhos e netos, por nosso egoísmo, nossa incapacidade de fazer um sacrifício. Essa bola está com o Congresso. Fique a oposição atacando a reforma da Previdência um ano só e depois tente ser eleita e não conseguir governar. Ela deveria ajudar a atacar frontalmente o problema", afirmou o ministro. Ele acrescentou que diversos governadores e prefeitos da oposição lhe disseram que apoiam a reforma da Previdência.

Guedes voltou a afirmar que o Brasil atravessa uma "bomba demográfica", em que a população envelhece cada vez mais, mas considera os gastos com a Previdência Social elevados para um país com população ainda jovem. Ele também voltou a criticar o volume de encargos trabalhistas, que, segundo o ministro, criam uma massa de trabalhadores informais que não contribuem para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).


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