Presidente da ApexBrasil diz que é “fundamental acrescentar novos parceiros” comerciais

Presidente da ApexBrasil diz que é “fundamental acrescentar novos parceiros” comerciais

Para Augusto Pestana, a pandemia e a guerra agravaram a situação da segurança energética e alimentar

Felipe Samuel

Para Augusto Pestana, a pandemia e a guerra agravaram a situação da segurança energética e alimentar

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Os desafios econômicos para o Brasil e o Rio Grande do Sul no pós-pandemia e a necessidade de buscar mercados alternativos em meio à guerra da Ucrânia foram alguns dos temas abordados nesta quinta-feira durante edição do Almoço Exportação, realizado no Instituto Ling, em Porto Alegre. Palestrante do evento, o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), Augusto Pestana, destacou a importância de o país continuar exportando para a China - que é o principal parceiro comercial do Brasil. E reforçou que é necessário desenvolver novas relações comerciais, especialmente com o sudeste da Ásia e o Oriente Médio.

Para Pestana, a pandemia e a guerra agravaram a situação da segurança energética, sobretudo na Europa, e alimentar em todo mundo. “O que mais queremos é continuar exportando para a China, mas é fundamental que a gente procure acrescentar novos grandes parceiros e desenvolver relações mais antigas. Ainda existe espaço muito grande, isso pra não falar da nossa região no Mercosul”, ressalta. Diplomata de carreira desde 1995, Pestana destacou que a Índia, com uma população de 1,4 bilhão de habitantes, “crescendo ao ritmo de 8% ao ano”, desponta como alternativa para exportações. “É um país em desenvolvimento, desigual, que sofre de problemas como inclusão de uma massa que ainda vive no meio rural, mas que crescentemente encontra oportunidades nas grandes cidades indianas”, compara.

Entre os setores que podem ganhar mercado, estão bebidas e construção civil. Segundo Pestana, o empresariado brasileiro precisa compreender as necessidades do mercado daquele país. “É uma oportunidade histórica para a indústria brasileira e gaúcha. É fundamental entender que um mercado que nem a Índia, que é um mercado complexo, não é um mercado simples, tem suas complicações. O desenvolvimento desse potencial passa por uma estratégia de 5 a 10 anos”, sustenta. Ele destacou o trabalho da ApexBrasil no apoio a empreendedores e afirmou que a expectativa é de recorde este ano, com mais de US$ 340 bilhões em exportações.

Mesmo com os efeitos da estiagem, da pandemia e da guerra na Ucrânia, o presidente do Conselho do Prêmio Exportação RS, Fabrício Forest, está otimista quanto as exportações no Brasil e no Rio Grande do Sul. Ele reconhece que esses episódios afetam a cadeia produtiva, mas destaca que as exportações de janeiro a maio desse ano apresentaram aumento de 15% em relação ao mesmo período do ano passado. “O Rio Grande do Sul é o sétimo estado maior exportador do Brasil, tem uma pauta de exportação diversificada, obviamente baseado mais numa predominância no complexo de soja, mas agora também trigo. A gente acumulou R$ 8 bilhões de exportação de janeiro a maio desse ano”, destaca.

Entre os desafios apontados por Forest ao empresariado gaúcho está a necessidade de buscar por novos mercados. “A gente vem buscando se movimentar de uma forma a fugir dos mercados que são mais complicados. Entendo que vem daí a boa vontade e a expectativa do setor”, completa. O cenário atual também revela outra dificuldade: a elevação frequente dos preços dos combustíveis. “São custos, não é uma exclusividade brasileira isso. Os combustíveis estão num viés de alta no mundo inteiro. Agora é inegável é custo. A gente tem fretes que vem aumentando semana após semana e o caminhoneiro, o dono de transportadora, não têm como não repassar esses custos”, avalia.

Conforme Forest, a maior parte do custo do frete é combustível. “A cadeia tenta um pouco absorver cada um pouquinho. A gente vai cortando aqui, absorvendo ali, empurrando lá, tentando repassar um pouquinho do preço, mas que não está fácil também, mas é repassado. Tanto que a inflação está aí aparecendo pra todo mundo e a cadeia continua girando porque tem que girar”, ressalta. Por outro lado, ele lembra da importância da ampliação da pista do aeroporto internacional Salgado Filho, o que reflete na maior capacidade de carga das aeronaves e redução do preço do frete. Se tem um cargueiro maior, leva mais carga e o frete por unidade cai. Então, a gente se torna mais competitivo”, observa.

O evento integra as ações da 50ª edição do Prêmio Exportação RS, programado para agosto, e que reconhece o desempenho das empresas gaúchas no cenário exportador, levando em consideração dados de exportações de órgãos governamentais.

 


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