Programa de Rastreabilidade e Monitoramento de Alimentos cresce 6% em um ano

Programa de Rastreabilidade e Monitoramento de Alimentos cresce 6% em um ano

No Rio Grande do Sul, sete supermercados participam do Rama

Cláudio Isaias

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Com o objetivo de controlar o uso de defensivos agrícolas nas frutas, verduras e legumes (FLV) comercializados nos supermercados brasileiros, o Programa de Rastreabilidade e Monitoramento de Alimentos (Rama) da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) está presente em 57 estabelecimentos supermercadistas do país. O programa, criado pela Abras em 2012, com o apoio da Anvisa e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), já rastreou 1,4 milhão de toneladas de FLV em 2018 contra 1,3 milhão de toneladas de 2017, um crescimento de 6%. No Rio Grande do Sul, sete supermercados participam do programa. Os dados foram apresentados nesta terça-feira durante a 53ª Convenção Abras, que está sendo realizada no Riocentro, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

O presidente da Abras, João Sanzovo Neto, afirmou que após sete anos de implantação o programa virou referência no Brasil."No Mundo, mais de 1 bilhão de toneladas de alimentos são desperdiçados por ano e cerca de 30% do que é produzido no Mundo é perdido antes de chegar na mesa do consumidor". De acordo com Sanzovo Neto, a entidade não medirá esforços na adoção de práticas simples desde a produção até a comercialização dos produtos.

Já o superintendente da Abras e coordenador do Rama, Márcio Milan, disse que é necessário garantir a saúde do consumidor e que a cadeia de abastecimento seja cada vez mais consciente produzindo e vendendo com responsabilidade e menos desperdício.

Durante a Convenção, foi assinado um acordo entre a Abras, o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e a Bayer para a realização de um curso online para 32 mil agricultores brasileiros a partir de junho deste ano para a capacitação sobre os processos de rastreabilidade. A iniciativa está alinhada às regras de rastreabilidade ao longo da cadeia produtiva de produtos vegetais para fins de monitoramento e controle de defensivos agrícolas.

Segund o Milan, a formalização da parceria entre a Abras, a Bayer e o IICA é positiva por envolver diferentes atores da cadeia de produção de frutas e vegetais e por trazer educação aos agricultores que são fornecedores do setor varejista. O líder da Divisão Crop Science da Bayer no Brasil, Gerhard Bohne, afirmou que o curso online é uma importante contribuição para a promoção de boas práticas agrícolas, que vão beneficiar agricultores, consumidores e parceiros.

A Convenção da Abras terá nesta quarta-feia a palestra sobre a participação e a liderança da mulher no varejo. As painelistas serão Sônia Hess de Souza, presidente da Dudalina; Susana Sanzovo, ex-presidente da Mulher Apas ( Associação Paulista de Supermercados) e Vanessa Sandrini, diretora-geral do Grupo Rondelli & Rondelli. O diretor-presidente do Grupo Pão de Açúcar (GPA), Peter Estermann, falará dos desafios da liderança. A Convenção Abras 2019 termina na quinta-feira no Rio Centro.

 

Mudanças econômicas e sociais ditam as transformações no consumo

O comportamento do varejo brasileiro em 2018 mais uma vez foi determinado por mudanças geracionais e macroeconômicas Se em 2015 e 2016, diante dos baixos índices do PIB, os bens da cesta de consumo cresceram apontando que as pessoas se voltavam para dentro do lar, um estudo da Kantar Worldpanel, divulgado nesta terça-feira na 53ª Convenção Abras, mostrou que o brasileiro vem consolidando uma nova ordem. O consumidor mostrou ter maior controle sobre os gastos, visitar menos vezes, porém uma variedade mais ampla de pontos de vendas, e priorizou a preferência pela experiência em relação ao produto.

Este cenário é influenciado principalmente pelos Millenials. Esta geração teve 10 visitas a menos às compras do que o consumidor mais maduro, em 2018. Há diferença também na missão de ida ao ponto de venda. Enquanto os segundos optam mais pela proximidade, os primeiros preferem as opções de abastecimento, missão esta que otimiza tempo e gasto. Outra característica é que os Millenials e a Geração X gastam menos tempo comprando.

Por outro lado, os consumidores mais maduros têm mais estabilidade financeira, maior exigência em relação aos pontos de venda e necessidades específicas de consumo. São justamente estas distinções que fazem com que os compradores escolham determinado tipo de local para compra. Assim, o atacarejo (atacado e varejo) é o canal que mais cresce no país e se consolida como primeiro para abastecimento, sendo responsável por 40% de todo o gasto nessa missão de compra. O canal conquistou 11,4 milhões de novos compradores nos últimos quatro anos e foi opção para 50% dos lares brasileiros em 2018, representando 20% de todas as compras do mercado de valor. Os números mostram também que, apesar de ser o meio de maior expansão em todas as regiões, metade dos compradores ainda não o acessa.


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