Programa que reduz jornadas e salários chega ao fim nesta quinta

Programa que reduz jornadas e salários chega ao fim nesta quinta

Criado para o enfrentamento da Covid-19, BEm firmou mais de 20 milhões de acordos entre patrões e funcionários

R7

Levantamento do IBGE apontou crescimento de 0,5 ponto percentual da taxa de desocupação

publicidade

O programa do governo federal que autoriza a suspensão de contratos e a redução de salários e jornadas de trabalho chega ao fim nesta quinta-feira, mesmo sem o término do estado de calamidade pública decretado em meio à pandemia do novo coronavírus. Desde abril, o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (BEm) contou com mais de 20,1 milhões de assinaturas entre 1.464.823 de empresas e 9.848.597 de funcionários. Com o encerramento do programa, todos profissionais devem voltar a cumprir a jornada normal de trabalho e ter o salário reestabelecido e os profissionais atingidos pelas medidas têm estabilidade na função em período equivalente ao da vigência dos acordos.

"Aquele empregado que ficou com a jornada reduzida em 30% por seis meses vai ter os mesmos seis meses de estabilidade", explica a advogada trabalhista Vivian Melissa Mendes, do escritório Mendes e Mascarenhas. Ela lembra, no entanto, que o funcionário ainda poderá ser demitido por justa causa.

O Ministério da Economia afirma que a determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) de prorrogar as medidas sanitárias no Brasil não altera o encerramento BEm, mas admite que vai analisar a decisão. Para Mendes, a baixa adesão ao programa nos últimos meses deve inviabilizar a manutenção do programa por mais tempo. “O mercado viu uma grande adesão ao plano em abril e maio, mas esse volume recuou progressivamente até por conta das demissões, porque muitas empresas não conseguiram permanecer ativas”, afirma Mendes, que vê como “uma incógnita” a retomada da economia.

Vivian De Camilis, advogada trabalhista da Innocenti Advogados, avalia que existe ainda a possibilidade de manter as medidas com a negociação de um acordo coletivo. "As empresas que não conseguirem se reestabelecer financeiramente podem celebrar acordos coletivos diretamente com o sindicato da categoria para prever uma modalidade de redução de salário e evitar a dispensa dos empregados”, afirma ela.

Caso a possibilidade seja negada pelo sindicato, De Camilis prevê que pode ser inevitável o desligamento dos profissionais. "Se não conseguir fazer a negociação, infelizmente o fim do benefício emergencial vai impactar na demissão de alguns profissionais", prevê a advogada.

A posição de De Camilis é semelhante à partilhada por Guilherme Lemos, sócio da Karpat Sociedade de Advogados, que vê uma possibilidade real de aumento das taxas de desemprego após o fim do programa. “Como não há perspectiva de vacina em curto espaço de tempo, a economia vai demorar a engrenar e os empresários muito provavelmente devem demitir e não contratar tão cedo”, lamenta ele.


Azeite gaúcho conquista prêmio internacional

Produzido na Fazenda Serra dos Tapes, de Canguçu, Potenza Frutado venceu em primeiro lugar na categoria “Best International EVOO” do Guía ESAO

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895