Resiliência do setor de química é colocado à prova durante a pandemia de Covid-19

Resiliência do setor de química é colocado à prova durante a pandemia de Covid-19

Luta contra o coronavírus mostra trabalho de químicos mais presente do que nunca na vida das pessoas

Gabriel Guedes

Capacidade de transformação do setor e cenário pós-pandemia estiveram em pauta.

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A pandemia de Covid-19, a mesma que impediu uma celebração pessoal do Dia do Químico, mostra também que, em 2020, mais do que nunca a química esteve tão presente na vida das pessoas. Para lembrar a data do dia 18 de junho, o Sindicato das Indústrias Químicas no Estado do Rio Grande do Sul (Sindiquim) promoveu nesta quinta-feira uma live com profissionais do setor, que falaram sobre soluções para combater a doença. Mas foi a capacidade de transformação e o cenário pós-pandemia que estiveram em pauta.

Segundo o presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), Ciro Marino, as cadeias produtivas serão reacomodadas daqui em diante. “Com toda esta situação da pandemia, nos vemos dependentes de produtos da Índia, da China. Seguramente, toda forma de produção geográfica vai mudar. O Brasil tem o petróleo, o gás natural, energia limpa. Temos profissionais de primeira linha. O Brasil tem tudo para virar a mesa”, aposta.

A indústria química é base para vários setores produtivos e isso a possibilitou operar durante a crise, fator que foi ressaltado pelos debatedores. “Esta conexão entre materiais e estudos na parte da saúde torna a química um processo dinâmico e por isso que ela permeia todas as áreas. Somos uma indústria essencial, para produzir materiais como os que os médicos e enfermeiros utilizam”, colocou o  coordenador dos Laboratórios Analíticos do Centro de Tecnologia e Inovação (CTI) da Braskem em Triunfo, Paulo Cezar dos Santos.

A capacidade de resiliência das empresas, que também olharam para a cadeia e como poderiam fazer para ajudar na pandemia também foi destacada. “A demanda por álcool gel foi multiplicada por 30. Não tinha indústria que daria conta. O que aconteceu neste momento? Lançaram alguns produtos, que se adaptou dos carbonos e polímeros. Álcool não é problema. Tivemos empresas químicas que em três semanas desenvolveram isso”, frisou Marino.

A pesquisa e inovação também foi assunto. Segundo o diretor-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul (Fapergs), professor Odir Dellagostin, o estado tem a maior densidade de doutores do país, programas de pós-graduação que formam mais de 2,2 mil por ano. Dois programas de pós-graduação em química do RS, de acordo com o Dellagostin, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), têm nota máxima na Capes.

“Eu entendo que uma questão neste momento são as pesquisas. Me toca muito ver esta redução na pesquisa no Brasil. Quando dá uma crise como esta, os países investem em pesquisa”, criticou a engenheira química Juliana Hoch. “O mundo nunca esteve tão bem preparado para enfrentar uma pandemia como esta. Não teríamos facilidades de comunicação, por exemplo, a biotecnologia não estaria tão avançada. Nós estamos desenvolvendo vacinas numa velocidade nunca antes imaginada. Resultado da capacidade que nós temos”, concluiu o presidente da Fapergs.

 

 


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