Riqueza dos bilionários dos EUA cresce durante a pandemia

Riqueza dos bilionários dos EUA cresce durante a pandemia

Aumento foi de mais de US$ 1 trilhão desde o início da pandemia do novo coronavírus

AFP

Riqueza coletiva dos 651 bilionários dos EUA foi de 2,95 trilhões em março para 4,01 trilhões de dólares

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Os bilionários dos Estados Unidos viram sua riqueza aumentar em mais de US$ 1 trilhão desde o início da pandemia do novo coronavírus, de acordo com um estudo publicado nesta quarta-feira, um dado que alimenta o debate sobre impostos mais elevados para os mais ricos.

A riqueza coletiva dos 651 bilionários nos Estados Unidos disparou de 2,95 trilhões de dólares em 18 de março para 4,01 trilhões de dólares na segunda-feira, segundo o Instituto de Estudos Políticos e Americanos pela Justiça Tributária (ATF).

"Nunca antes os Estados Unidos da América viram tal acúmulo de riqueza em tão poucas mãos", explicou Frank Clemente, diretor executivo do ATF, observando que o ganho excede um pacote de ajuda para a economia do país que está em debate no Congresso. "Seus lucros pandêmicos são tão imensos que os bilionários da América poderiam pagar por uma grande conta de socorro à Covid-19 e ainda não perder um centavo de sua riqueza pré-vírus", acrescentou.

Na terça-feira, a Casa Branca divulgou uma proposta de estímulo de 916 bilhões de dólares, em uma corrida final para quebrar um impasse de meses sobre a nova ajuda para a economia dos Estados Unidos, fortemente atingida pelo coronavírus, antes que o presidente Donald Trump deixe o cargo em janeiro.

A nova proposta é um pouco maior do que um compromisso de 908 bilhões de dólares revelado por um grupo bipartidário de senadores na semana passada. Os autores do estudo dizem que o ganho de 1 trilhão de dólares na fortuna dos mais ricos seria suficiente para arcar com cheques de ajuda financeira no valor de 3.000 dólares para todos os cerca de 300 milhões de americanos.

O estudo contribui para o já acalorado debate nos Estados Unidos sobre tributar mais pesadamente os ricos para reduzir as crescentes desigualdades sociais. Por exemplo, Alexandria Ocasio-Cortez - uma estrela em ascensão da ala esquerdista do Partido Democrata - pressiona o governo por impostos mais altos em Nova Iorque, que como muitos estados está enfrentando uma crise orçamentária causada pela pandemia.

Um estudo publicado pelo banco UBS e pela firma de contabilidade PwC em outubro demonstrou que a riqueza acumulada dos bilionários em dólares no mundo atingiu um novo recorde de US$ 10,2 trilhões, acima do recorde anterior, de US$ 8,9 trilhões, registrado em 2017.

A pandemia provocou um "crash" no mercado de ações em março, o que fez com que o clube dos bilionários perdesse alguns membros, antes que uma forte recuperação nas ações de tecnologia e saúde impulsionasse os bilionários nesses setores.


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