UE espera esclarecimentos sobre tarifas anunciadas pelos Estados Unidos
Vice-presidente da Comissão Européia diz que irá responder à proposta de forma proporcional
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O representante americano do Comércio, Robert Lighthizer, deve se reunir como o ministro japonês da Economia, Hiroshige Seko, e a comissária europeia do Comércio, Cecilia Malmström. Europeus e japoneses exigem uma isenção das novas tarifas e rejeitam a condição de um acordo sobre a segurança, como o imposto pelo presidente americano à Austrália. O presidente francês, Emmanuel Macron, advertiu Trump na sexta-feira contra as consequências de sua decisão. "Tais medidas contra países aliados, que respeitam as regras do comércio mundial, não seriam eficazes para lutar contra as práticas desleais", afirmou.
"A Europa responderá de forma clara e proporcional a qualquer prática infundada e contrária às regras do comércio mundial", completou. O vice-presidente da Comissão Europeia, Jyrki Katainen, admitiu na sexta-feira que não espera ver tudo resolvido com esta reunião. "Mas precisamos de esclarecimentos e iniciar um diálogo com os os Estados Unidos, com o objetivo de evitar uma escalada para um conflito comercial global", disse. "O modo como vai funcionar o processo de isenção não está muito claro. Mas eu espero que ninguém tenha a expectativa de que faremos concessões em questões comerciais", destacou Katainen.
"Isto não é uma negociação comercial. Estamos falando de uma ação unilateral contra as regras internacionais. Queremos resolver antes que se transforme realmente em um problema". Malmström disse esperar obter a confirmação de que a UE está isenta das tarifas. Em caso contrário, a resposta será rápida.
Katainen mencionou que a UE está "pronta para utilizar, se necessário, medidas de reequilíbrio contra produtos americanos emblemáticos como jeans, motos de grande cilindrada ou manteiga de amendoim". A estratégia do Executivo da UE também passa por adotar medidas de salvaguarda, para proteger a indústria europeia de um eventual desvio das exportações de terceiros países apontados por Washington, e por uma demanda na Organização Mundial do Comércio (OMC).