Vendas em queda nas lojas de artigos gauchescos no RS

Vendas em queda nas lojas de artigos gauchescos no RS

Cancelamento dos eventos tradicionais do Acampamento Farroupilha e da Expointer ampliaram as dificuldades

Cláudio Isaías

Lojas de artigos gauchescos enfrentam dificuldades com ausência da realização tradicional do Acampamento Farroupilha e da Expointer

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A pandemia do coronavírus causou um verdadeiro estrago nas lojas especializadas na comercialização de artigos gauchescos. Os empresários do setor em função do fechamento dos estabelecimentos a partir do dia 19 de março calculam uma queda nas vendas de aproximadamente 90%. Eles reclamam ainda que os prejuízos são maiores porque não estão sendo feitos dois eventos de extrema importância para os lojistas: o Acampamento Farroupilha e a Expointer.

O empresário Paulo Nunes, proprietário da loja Pithan Pilchas Atacado e Varejo, que funciona no Centro Popular de Compras, POP Center, disse que o movimento de clientes caiu 90%. "Foi uma tragédia porque os consumidores foram sumindo e também não podíamos abrir", comentou. Por questões dos protocolos de segurança, ele e a esposa seguem trabalhando na loja e os dois funcionários estão afastados para não haver aglomeração no local. "Estamos fazendo o possível e o impossível para que não haja demissões", ressaltou.

Nunes disse que itens como bombachas, vestidos, botas, alpargatas, palas e chinelos campeiros vendiam muito bem neste período do ano. "Além do Acampamento Farroupilha e da Expointer perdemos os alunos das escolas que compravam direto nas nossas lojas", comentou. Nunes afirmou ainda que o mês de setembro representa o "Natal" das lojas especializadas em artigos gauchescos.

Já Eduardo Souza, da Casa do Peão, na avenida Alberto Bins, no Centro Histórico, disse que os meses de março a agosto é para esquecer em termos de vendas. "Está sendo uma verdadeira tragédia porque as vendas caíram 90%. E a comercialização pela internet não funciona com o nosso negócio", acrescentou.

Segundo Souza, os clientes, por exemplo, gostam de experimentar as bombachas, os vestidos e da conversa com os funcionários, o que hoje não é permitido. Ele acredita que o fundo do poço foi o cancelamento de eventos como a Acampamento Farroupilha e a Expointer. "Na época, desses dois eventos tínhamos loja cheia", recordou.

Os lojistas gaúchos ganham uma oportunidade interessante para incrementarem as vendas, tão combalidas neste 2020, com a Semana Farroupilha e a celebração do 20 de Setembro, segundo avaliação da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul (FCDL/RS).

"Temos na Semana Farroupilha e no 20 de Setembro momentos que refletem as mais caras tradições do Rio Grande do Sul. O amor dos gaúchos pelas coisas do nosso Estado cresce e isso pode ser um fator importante para estimular a aquisição de produtos como cuias, erva-mate, espetos para churrasco e bombachas, entre outros", explicou o presidente da FCDL/RS, Vitor Augusto Koch.

Segundo Koch, como em 2020 o sentimento gauchesco está ainda mais arraigado, em virtude de todo o cenário vivido em função da pandemia e este aspecto deve favorecer o varejo gaúcho. Segundo o dirigente, mesmo estabelecimentos que não trabalham com produtos de temática gauchesca podem ampliar suas vendas neste período. "Para isso, é importante ter criatividade, realizar promoções ligadas às tradições e a cultura do Rio Grande do Sul", destacou.

 


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