Vendas para a Páscoa devem ter queda de 30% a 40% no Rio Grande do Sul

Vendas para a Páscoa devem ter queda de 30% a 40% no Rio Grande do Sul

Fechamento do comércio, devido ao avanço do coronavírus, deve impactar setor varejista

Christian Bueller

Panorama atual, devido ao avanço do novo coronavírus, preocupa entidades do setor varejista

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A pandemia vai deixar o coelhinho bem magrinho na Páscoa que se aproxima. Com o fechamento de comércio determinado por decreto do governo do Rio Grande do Sul e a menor circulação de pessoas nas ruas para combater o avanço do novo coronavírus, as vendas para o dia 12 de abril devem ser de 30% a 40% inferiores do que o previsto para este ano. O panorama preocupa entidades do setor varejista.

Segundo o presidente do Sindilojas Porto Alegre, Paulo Kruse, o cenário pré-Covid-19 era positivo. “Os comerciantes precisam se preparar com antecedência para datas especiais como esta e estavam fazendo, assim como a indústria que fabrica os chocolates. Mas, atualmente, mesmo com os supermercados abertos, a prioridade das pessoas é comprar comida”, disse. 

Kruse identifica o contexto como “uma catástrofe para o mercado”. “Com certeza, as empresas sentirão. Não temos expectativas boas até porque os clientes não terão tempo para sair e fazer compras porque o foco, agora, é outro”, completou.

Empresária do ramo, Viviane Goulart se diz “apavorada” com o momento. “Além de loja física, também fabricamos chocolate, e a Páscoa costuma ser a nossa safra. Se trabalha o ano todo pensando na data e ter lucro. Nos preocupamos com a saúde de todos, mas a nossa preocupação financeira e mental é muito grande”, revelou. 

Inicialmente, para atender, a produção prevista era de 3,6 mil quilos de chocolate. “Temos 2,5 mil quilos prontos. O nosso pavor, agora, é vender”, contou Viviane. Ela buscou alternativas virtuais, como ampliar o e-commerce que já desenvolvia no site e o atendimento via WhatsApp, além de entregas via iFood. “Outra ideia será fazer a visita do coelho, que levarão diretamente os produtos dentro de condomínios”.

Entidade representante de um segmento que não irá fechar as portas, a Agas prefere não se pronunciar sobre a expectativa em números para a Páscoa. “Nossa preocupação no momento é com o abastecimento de itens de necessidade básica aos gaúchos. Quaisquer planejamentos e projeções sobre a Páscoa ficaram totalmente em segundo plano”, diz nota.

Campanha até junho

Devido à pandemia, há uma mobilização de chocolateiras artesanais, chefs, fabricantes e profissionais do setor criaram a campanha "Páscoa Até Junho" para que a tradicional entrega dos ovos ocorra no domingo, 14 de junho, no feriado que celebra o Corpus Christi. 

De acordo com Adriana Kauer, comerciante e presidente da associação de lojistas do Mercado Público, esta é uma forma de fazer com que as pessoas estendam a comemoração para um período que, provavelmente, a pandemia já estará em uma curva descendente. 

“Todos estamos muito preocupados com a economia e, também, com os prejuízos que teremos por causa deste problema. No entanto, estamos buscando soluções para amenizar as perdas de uma forma criativa. Se conseguirmos que um grande número de empresas se mobilizem para isso, ficará mais fácil de recuperarmos o que foi investido até agora”, revelou.

A data representa, só nas fábricas, um aumento de aproximadamente 16% de mão de obra no período, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Chocolate, Amendoim e Balas (Abicab).  

A Abicab publicou que a indústria brasileira de chocolates gerou 14 mil vagas diretas e indiretas para atender apenas o período de Páscoa de 2020, já que as empresas planejam a data com 18 meses de antecedência, contratando no setembro anterior.


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