Alunos enfrentam em Porto Alegre primeiro dia de um Enem polêmico
Edição de 2021 é a com menos inscritos desde 2009
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Garrafa de água na mão para hidratar, olho no celular, que substitui os cadernos e polígrafos, e muita compenetração. No primeiro dia de provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), neste domingo em Porto Alegre, os candidatos a universitários compareceram ao Prédio 50 da Pucrs, na avenida Ipiranga, para responder às questões. O processo foi marcado por polêmicas e a edição do exame tem o menor número de inscritos desde 2009, com apenas 3.109.762 estudantes.
- Tema da redação do Enem é divulgado
No primeiro domingo de Enem, os candidatos responderam a 90 questões objetivas de múltipla escolha, das quais 45 eram questões das disciplinas de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias e outras 45 questões das disciplinas de Ciências Humanas e suas Tecnologias, além de escrever uma redação dissertativa-argumentativa.
Visivelmente nervosa, a jovem Maria Eduarda Cunha, 19 anos, foi acompanhada da mãe e do padrasto. Estava confiante, minutos antes de subir à sala onde faria o exame. “Estou mais segura nas matérias de Inglês e Português”, suspirou. Ana Paula, que ficou com a filha até abrirem os portões, também tinha boas expectativas. “A trouxemos para debaixo de uma árvore, para que respirasse um pouco. Vai dar tudo certo!”, exclamou.
No próximo domingo, dia 28, os candidatos terão das 13h30min às 18h30min para responder a 90 questões, sendo 45 de matemática e 45 de ciências da natureza (Química, Física e Biologia). O Enem é a principal porta de entrada para a educação superior no país. A nota é utilizada para ingressar em universidades federais pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), para conquistar uma bolsa de estudos via Programa Universidade para Todos (Prouni) ou um financiamento de mensalidade em instituição privada via o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). O Rio Grande do Sul teve 138.720 inscritos ao todo – 136.383 estudantes no Enem impresso e 2.337 no Enem Digital.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela aplicação do exame, protagonizou algumas polêmicas na edição deste ano, a começar pelo atraso na divulgação do cronograma do exame. O Inep cogitou realizar as provas em janeiro de 2022, mas voltou atrás. Além disso, o Inep teve uma debandada de funcionários. Duas semanas antes da realização do Enem, pelo menos, 37 servidores pediram demissão. Os funcionários alegaram falta de gestão da direção da autarquia e assédio moral. O presidente da autarquia, Danilo Dupas, foi chamado à Câmara dos deputados para esclarecer a situação, quando argumentou se tratar “de uma questão interna do instituto”, além de garantir a realização do exame.