Brasil pode ficar fora de exame internacional por falha de planejamento do MEC

Brasil pode ficar fora de exame internacional por falha de planejamento do MEC

Gestão do Inep não teria conseguido cumprir cronograma

AE

Inep não cumpriu cronograma

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O Brasil pode deixar de participar de um exame internacional de estudantes este ano, para o qual o Ministério da Educação (MEC) já pagou R$ 1,5 milhão, por má gestão do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). Documentos obtidos pelo Estadão mostram que a direção do Inep informou a desistência, após não conseguir cumprir o cronograma. Mas, com a impossibilidade de ser ressarcida do dinheiro, ainda não cancelou o exame.

O órgão passa há meses por crise institucional, com demissões e denúncias de assédio. Essa seria a primeira vez que o Brasil estaria no Estudo Internacional de Educação para o Civismo e a Cidadania (ICCS), do qual participam quase todos os países europeus, Coreia do Sul, Nova Zelândia, Chile, entre outros. Ele avalia, desde 2009, como os sistemas preparam seus alunos para a cidadania. A prova é feita por alunos de 13 anos de redes públicas e privadas; professores do 8.º ano também respondem a questionários.

O exame, reconhecido pela Unesco como evidência sobre educação de qualidade, é realizado pela Associação Internacional para a Avaliação do Desempenho Educacional (IEA).

O ICCS tem duas etapas: o pré-teste, que seria em maio, e a avaliação principal, em setembro. Em reunião na segunda-feira, a presidência do Inep decidiu que os brasileiros não fariam o pré-teste. Em despacho ao qual o Estadão teve acesso, a responsável pela Coordenação-Geral do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica, Margareth Fabiola dos Santos Carneiro, propõe "a exclusão do ICCS -Testes, previstos para (...) maio, devido ao fato de que a contratação não será feita em tempo hábil".

O Inep ainda não contratou empresa para aplicar o teste. Outras etapas do cronograma também estão atrasadas. Para participar, cada país precisa pagar ao IEA - foram de R$ 924,8 mil em 2020 e R$ 592 mil em 2021, ambas para o exame de 2022.

Em outro documento, a área internacional do Inep pede à coordenadora do IEA na Holanda, o fim da participação do Brasil no ICCS 2022. Na resposta, ela diz que a desistência é "decepcionante" e que as taxas pagas não podem ser transferidas para outro exame.

Após a informação ser publicada pelo Estadão, o Inep enviou o cronograma de todos os exames do ano, incluindo o ICCS, e dizendo haver "exclusão da etapa de testes". Técnicos questionam se haverá tempo para realizar o exame e a efetividade do resultado sem pré-teste. Procurado pelo Estadão, o IEA disse que o País pode participar sem o pré-teste, mas não explicou se isso prejudica a comparação com outros países.




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