Câmara de POA promove audiência sobre mudança na eleição de diretores de escolas

Câmara de POA promove audiência sobre mudança na eleição de diretores de escolas

Secretário da Educação afirma que objetivo é colocar aluno no "centro gravitacional escolar"

Jessica Hübler

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A Câmara Municipal de Porto Alegre promoveu uma Audiência Pública com o objetivo de debater o Projeto de Lei do Executivo (PLE) 020/19, que dispõe sobre a Gestão do Ensino Público das Escolas da Rede Municipal, modificando a eleição para a direção das escolas e revogando a lei 7.368/1993. A reunião, aberta ao público, aconteceu na noite desta segunda-feira, no Plenário Otávio Rocha.

Pelo projeto, os diretores continuarão a ser eleitos pela comunidade escolar, mediante eleição direta e uninominal, por meio de voto secreto, proibido o voto por representação, e na proporcionalidade de pesos por segmento definida na futura lei. A comunidade escolar é "o conjunto de alunos, pais ou responsáveis por alunos, membros do magistério e demais servidores públicos, ambos em efetivo exercício na unidade escolar".

De acordo com o secretário municipal da Educação, Adriano Naves de Brito, o projeto tem três eixos fundamentais. "O primeiro deles e o mais importante é colocar o aluno no centro gravitacional da escola. Para isso, fazemos duas grandes mudanças que estão causando mais polêmica: a primeira diz respeito ao peso na participação dos pais no processo eleitoral", afirmou. Segundo ele, o Executivo não é contra a eleição dos diretores.

"Estamos democratizando mais este processo na medida em que colocamos um peso maior ao segmento que além de ser o mais numeroso, tem um interesse muito grande no aprendizado dos filhos, que são os pais", explicou. Conforme Brito, se o PLE for aprovado, os votos dos pais terão peso 50%, os professores e funcionários com 30% e os alunos com 20%. Atualmente, os pais representam 25% dos votos, assim como os alunos, e os professores e funcionários 50%.

Uma outra linha de ação, segundo Brito, é o fortalecimento do diretor. "Demos um mandato maior para o diretor, que hoje é de 3 anos e vai para 4 anos. Além disso permitimos a recondução por dois mandatos, o que significa chegar a 12 anos na nossa proposta. O que, no nosso entendimento, dá a possibilidade de ter uma gestão mais profissional do diretor, por mais tempo, para não ser interrompido sempre. E na nossa proposta o vice não é mais eleito, mas o diretor que for escolhido deve definir a sua comissão dirigente", disse.

Outra mudança que está presente no PLE, de acordo com Brito, trata do balanceamento da autonomia do diretor com uma responsabilidade com o resultado para os alunos. "Também colocamos no projeto um referendo. É possível realizar um referendo se a escola não alcançar ano a ano, um aumento na proficiência dos alunos, tem que aumentar 2% por ano. É muito pouco, mas é significativo, porque é para a frente que se anda e é por aí que temos que andar na educação", ressaltou. Sendo assim, a comunidade escolar deve se reunir com o diretor para buscar explicações e decidir se o diretor continuará ou não.

Para o Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), "a proposta foi elaborada de maneira açodada, unilateral e impositiva, sem que houvesse debate com os professores e funcionários e perto da data da votação, o que levou a uma série de dúvidas e questionamentos sobre a validade do processo conforme a legislação vigente". A entidade informou que é contra o PLE 020/19. Conforme a Diretoria Legislativa da Câmara, o PLE 020/19 está trancando a pauta de votação. Como não haverá expediente na Casa na quarta-feira por conta de um bloqueio no entorno do TRF4, a discussão da proposta no Plenário deve começar na sessão extraordinária de quinta-feira, marcada para às 9h30min.




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