"Enem terá a cara do governo: honestidade", diz Milton Ribeiro

"Enem terá a cara do governo: honestidade", diz Milton Ribeiro

Ministro afirmou que não houve nenhum tipo de interferência do governo federal na organização das provas do exame

R7

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O ministro da Educação, Milton Ribeiro, participou voluntariamente a uma audiência da Comissão de Educação da Câmara nesta quarta-feira durante o lançamento do Pacto Nacional pela Educação e declarou que  o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) terá a cara do governo "no sentido de competência, honestidade e seriedade".

Milton Ribeiro afirmou que optou por ir nesta quarta à Câmara porque a partir de quinta deve viajar e não poderá participar das audiências antes da realização do Enem, que deve ser realizado nos próximos dois domingos (21 e 28 de novembro). O ministro não era esperado na Câmara nesta manhã. 

Ribeiro disse que não houve nenhum tipo de interferência do governo federal na organização das provas do Enem e que foi usado o banco nacional de itens. "Em nenhum momento, houve interferência na qualidade", destacou. "As questões fazem parte de um banco preparado já em outras gestões. "Não houve interferência alguma do Palácio do Planalto", reforçou aos deputados.

Com relação às denúncias de assédio moral no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o ministro ressaltou que existem canais próprios de denúncia. "Chamar a atenção de alguém é assédio moral? Querer o melhor para a educação brasileira é assédio?", ironizou.

Já ao abordar as denúncias de que um agente da polícia federal esteve nas áreas de segurança no Inep, o ministro afirmou que se trata de uma prática comum para avaliar as condições de segurança para as provas do Enem. "O agente foi até lá para ver se tinha alguma câmera escondida ou qualquer outro problema, em nenhum momento houve interferência nas questões".

Os deputados pediram mais esclarecimentos com relação às denúncias de alteração nas questões do Enem e interferência do governo federal na realização das provas. O ministro também foi questionado sobre o número de servidores que pediram afastamentos de seus cargos na autarquia. Ribeiro argumentou que o "movimento de demissionários está ligado a uma questão financeira", que estaria relacionado à mudança de gratificações dadas aos funcionários. Mas não deu mais detalhes sobre a possível exclusão de questões.

Nesta quarta-feira, o presidente do Inep, Danilo Dupas, participou de uma audiência na Comissão do Futuro do Senado para explicar a debandada de servidores da autarquia ligada ao Ministro da Educação (MEC), órgão responsável pela aplicação do Enem, às vésperas da prova. Dupas reafirmou que as provas do Enem serão aplicadas de acordo com o calendário.

Quanto às denúncias, o presidente do Inep também voltou a afirmar que é uma questão interna do instituto e, assim como disse o ministro, associou as demissões a questões financeiras e de governança.

Entenda a crise no Inep

Na última semana, dias antes da aplicação do Enem, a principal porta de entrada para as universidades brasileiras, ao menos 37 servidores pediram demissão do Inep. Em carta, eles alegaram falta de gestão e assédio moral.

Por meio das redes sociais, o ministro da Educação Milton Ribeiro, informou que o exame será realizado normalmente nos próximos domingos, dias 21 e 28. O presidente do Inep, Danilo Dupas, foi chamado a prestar esclarecimento na Câmara dos deputados, reafirmou que o Enem está mantido, mas disse que as questões envolvendo a demissão em massa dos servidores são "internas do Inep".

Na última segunda-feira, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou visita a Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, que o "Enem começa agora a ter a cara do governo". Bolsonaro ainda destacou que "ninguém precisa estar preocupado com aquelas questões absurdas do passado, que caíam temas de redação que não tinham nada a ver com nada. Realmente, é algo voltado para o aprendizado."

Para a oposição e diferentes setores da Educação soou como uma interferência do governo na realização do exame. Na terça, o vice-presidente Hamilton Mourão e o ministro da Educação Milton Ribeiro descartaram que houve ações do governo neste sentido.

Deputados de oposição pediram, na noite de terça-feira, no Tribunal de Contas da União (TCU), o afastamento do presidente do Inep e uma auditoria permanente na autarquia. Apesar da pressão, Ribeiro declarou que não vai afastar Dupas do cargo.




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