Escolas estaduais retomam aula com novidade no Ensino Médio
O ano letivo de 2022 será dividido em quatro bimestres no Estado
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Os cerca de 750 mil estudantes da rede pública estadual voltaram às aulas nos níveis Fundamental e Médio nesta segunda-feira, 21. O ano letivo de 2022 será dividido em quatro bimestres no Estado, o que segundo o governo permitirá que o planejamento pedagógico tenha uma organização mais efetiva. No Colégio Estadual Júlio de Castilhos, o popular Julinho, uma das escolas mais tradicionais do Estado, a presença massiva de estudantes já no primeiro dia de aulas surpreendeu positivamente. “Tivemos um grande número de alunos. Surpreendeu que os alunos vieram em peso e muito ansiosos por esse retorno presencial. A expectativa é das melhores neste sentido”, afirma Paola Ribeiro, vice-diretora do turno da manhã.
Grande novidade neste ano, a implementação do Ensino Médio Gaúcho, em seu novo formato, contemplando todas as turmas de 1º ano ainda gera críticas. A iniciativa abrange cerca de 1.100 escolas e em torno de 100 mil alunos. Pela proposta, a carga horária total é de mil horas, sendo 800 horas de Formação Geral Básica, abrangendo Linguagens, Matemática, Ciências Humanas e Sociais Aplicadas e Ciências da Natureza, e mais 200 horas dos componentes obrigatórios que fazem parte dos itinerários formativos.
O Sindicato dos Professores Estaduais do Rio Grande do Sul (CPERS/Sindicato), vê o novo modelo como um retrocesso, afastando o estudante da formação humanística e crítica. “Compartilhamos das críticas que a categoria quase como um todo faz. Identificamos que vai haver sim uma perda de conteúdo e carga horária na área das humanas, como Sociologia, Filosofia e Artes, bem como na Educação Física”, corrobora a vice-diretora do Julinho.
A Secretaria da Educação do Rio Grande do Sul seguirá capacitando professores para aplicação do novo modelo ao longo do ano. Três matérias dos itinerários formativos serão aplicadas aos alunos do 1º ano: Projeto de Vida; Mundo do Trabalho; e Culturas e Tecnologias Digitais. “Nossos esforços, enquanto instituição, é qualificar ao máximo esse novo Ensino Médio, mesmo que enxerguemos as críticas e limites. Temos que superar isso através de um projeto de ensino bem sólido na escola, principalmente qualificando as novas disciplinas”, analisa Paola Ribeiro.