MEC se explica à Justiça e indica uso de questões não "pré-testadas" no Enem

MEC se explica à Justiça e indica uso de questões não "pré-testadas" no Enem

Métodos de construção da nota tem como recomendação esse tipo de perguntas para gerar cálculo

Estadão Conteúdo

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O Ministério da Educação (MEC) deu explicações técnicas à Justiça para tentar comprovar que a falha em cerca de 6 mil gabaritos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não teve "influência significativa" na nota de todos os candidatos. A nota técnica enviada pelo MEC deixa claro que foram usadas questões no Enem que não haviam sido pré-testadas, algo que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), responsável pela prova, não tinha explicado até então e que pode prejudicar a margem de erro do exame. O órgão também não divulgou os parâmetros de correção de cada questão, como solicitado pela Defensoria Pública da União (DPU), alegando se tratar de informação sigilosa.

Com a explicação do MEC, a Defensoria pediu a suspensão da liminar que barrava a continuidade do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). No entanto, pediu em nova liminar que o MEC publique em seus sites oficiais, em até 24 horas, nota de esclarecimento com as justificativas apresentadas judicialmente, sob pena de multa diária de R$ 10 mil. Também pediu que o MEC responda individualmente aos 172 mil participantes que pediram nova correção das provas.

A DPU pedia que o MEC comprovasse "documentalmente" que a alteração das 5.974 provas não interferiu na nota das demais em razão da Teoria da Resposta ao Item (TRI) - modelagem estatística usada no Enem e que atribui pesos diferentes para cada questão, divididas em níveis de complexidade. O Inep disse que a calibragem é feita com amostragem de 100 mil participantes, número superior ao de provas com erros. "Não houve descaracterização da amostra, os parâmetros dos itens não sofreram influência significativa em sua calibração e as proficiências dos participantes continuam sendo estimadas com a mesma precisão", assegura a nota.

O fato de Inep ter mencionado que houve "calibragem" dos itens indica que houve questões que não foram pré-testadas, algo que faz parte da TRI. Segundo especialistas, o ideal é que uma prova feita por meio de TRI seja composta apenas por essas questões pré-testadas.




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