Professores do IPA e Colégio Americano decidem entrar em greve

Professores do IPA e Colégio Americano decidem entrar em greve

Profissionais reclamam de atraso de salários, férias e 13º salário

Christian Bueller

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Parte dos professores do Centro Universitário Metodista – IPA, de Porto Alegre, decidiram entrar em greve, há duas semanas, devido ao atraso de salários e outros direitos. Desde a última terça-feira, profissionais do Colégio Americano, igualmente gerido pela Rede Metodista no Rio Grande do Sul, também aderiram à mobilização, que não é total, já que algumas aulas ainda ocorrem.

O problema, recorrente há alguns anos, acontece em outras instituições, como o Colégio e Faculdade Metodista Centenário. Em julho, docentes do Instituto Metodista de Passo Fundo iniciaram uma ação que durou 55 dias de paralisação. “Os professores têm enfrentado problemas graves na Rede Metodista. As pendências salariais provocam um desgaste emocional e financeiro muito grande”, diz Margot Andras, diretora do Sindicato dos Professores do Ensino Privado do RS (Sinpro/RS). Ela explica que o Sindicato vem atuando desde o início da crise, levando o caso à Justiça do Trabalho e Ministério Público e buscando Acordo que visam a quitação das pendências.

Uma parcela dos professores da Rede Metodista no Estado já soma 4,75 salários pendentes. Além disso, muitos reclamam o não recebimento de férias e parte do 13º salário. A situação também acomete os funcionários, mas, segundo a presidente do Centro Acadêmico do IPA, Adrieli Sperandir, muitos seguem trabalhando por “medo de represálias”. “A instituição faz acordos, mas não consegue cumprir. Já nos reunimos com o reitor, mas sei que pouco pode fazer porque depende da mantenedora”. Em setembro, todas as instituições metodistas do Brasil paralisaram suas atividades por um dia, no que foi chamado de Dia do Basta.

Um grupo se solidarizou com o caso e criou o Comitê de Apoio aos Professores do IPA, que tem até página nas redes sociais. Estudantes de diversas áreas prestaram depoimentos em favor de docentes e funcionários do Centro Universitário Metodista - IPA. Estudante de Psicologia, Adrieli lembra que alguns profissionais demitidos ainda não receberam os seus direitos. “Sabemos dos problemas financeiros que todos passam. Mas a mensalidade continua sendo paga pelos alunos. Pelo menos, R$ 1.900, todo mês. Algo poderia ser feito”, argumenta a presidente do Centro Acadêmico.

O Instituto Porto Alegre da Igreja Metodista, entidade mantenedora do Centro Universitário Metodista IPA, informou, por nota, que “os salários dos docentes estão sendo regularizados paulatinamente”. A Instituição relembra que, como sociedade, “nos encontramos em um cenário econômico global e desafiador, mediante instabilidade econômica na qual o País está imerso devido à pandemia de Covid-19. Independentemente de qualquer situação de dificuldade passageira, o IPA tem mantido diálogo com docentes e representantes da categoria. Além disso, as atividades do IPA continuam sendo realizadas”.

Seguindo a nota, o Instituto Metodista de Ensino Superior afirma saber “de sua importância na cidade de Porto Alegre e continua, dessa forma, prezando pelos valores metodistas de confessionalidade e realizando intensos esforços para regularizar a situação”.




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