Reitor da Ufrgs fala em pacote de maldades do governo e relação conflituosa com o MEC

Reitor da Ufrgs fala em pacote de maldades do governo e relação conflituosa com o MEC

Rui Vicente Oppermann discutiu com o Conselho Universitário impacto na universidade com o corte de 30% das verbas

Cláudio Isaías

Instituições de ensino receberam cartas de solidariedade de outras universidades da América Latina e da Europa, disse Oppermann

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As universidades federais brasileiras têm passado por uma situação "muito crítica" no relacionamento com o Ministério da Educação (MEC). A avaliação foi feita pelo reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Rui Vicente Oppermann, que participou hoje da reunião do Conselho Universitário (Consun) no prédio da Reitoria, em Porto Alegre.

"O MEC anunciou um bloqueio de verbas em três universidades e as alegações foram absolutamente deploráveis o que resultou em uma solidariedade de todas as instituições de ensino", ressaltou.

Segundo ele, o ministério, como retaliação estendeu o bloqueio a todo o ensino público superior. O reitor afirmou que em razão da iniciativa do governo federal, as instituições de ensino receberam cartas de solidariedade de outras universidades da América Latina e da Europa em apoio contra o bloqueio de verbas.

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"A sociedade está conosco em defesa do ensino público", acrescentou. Ele ressaltou que o ensino público enfrenta a cada dia um "pacote de maldades" elaborado pelo governo federal. Oppermann lembrou que na quarta-feira foi publicado um decreto que acaba com a autonomia das universidades na medida em que o reitor deverá submeter os nomes e os currículos dos diretores de unidades e vice e pró-reitores para deliberação da Casa Civil, do MEC e da Agência Nacional de Informações.

A situação do orçamento da Ufrgs para 2019 com o bloqueio de verbas anunciado pelo MEC, o corte de bolsas da Capes e do CNPQ e a defesa ensino público e gratuito foram os temas discutidos pelos integrantes do Conselho Universitário. Os pró-reitores de Planejamento e Administração, Hélio Henkin, de Pós Graduação, Celso Loureiro Chaves, e de Assistência Estudantil, Suzy Camey, apresentaram relatórios sobre a situação da universidade.

Segundo Henkin, os gastos com o funcionamento e manutenção predial - consumo de energia elétrica, compra de reagentes e de materiais de laboratório e de limpeza do hospital odontológico e veterinário - ficarão prejudicados com o corte de recursos. Na verdade, conforme Henkin, existem dois problemas na universidade: o primeiro trata da redução do orçamento para funcionamento da instituição de ensino - serviços de vigilância, limpeza e contrato de manutenção predial. O outro diz respeito ao corte estimado de 30% do orçamento financiado pelo Tesouro Nacional.

"Não sabemos se o bloqueio será revertido. Essa situação nos causa uma apreensão porque já vivemos uma situação complicada porque não está cabendo mais no orçamento da Ufrgs as despesas básicas de funcionamento. Estamos tendo que postergar alguns pagamentos", ressaltou.

Conforme Henkin, a tentativa da universidade será preservar a capacidade de aquisição e reposição de materiais para a realização de aulas práticas que acontecem nos laboratórios dos diversos cursos da Ufrgs e no suporte à pesquisa na bioquímica, biomédica e nas áreas de engenharias, química e ciências sociais aplicadas e humanas.




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