Retomada das aulas presenciais é marcada por baixa adesão em Porto Alegre

Retomada das aulas presenciais é marcada por baixa adesão em Porto Alegre

Mesmo com algumas escolas abertas, pais decidiram não levar os filhos até as instituições de ensino

Cláudio Isaías

Nesta segunda-feira retornaram às escolas o ensino Fundamental, Educação Especial e EJA

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A retomada das aulas presenciais no Ensino Fundamental 1, Especial e EJA na rede municipal de ensino de Porto Alegre foi marcada pela baixa adesão dos alunos nesta segunda-feira. Mesmo com algumas escolas abertas, os pais decidiram não levar os filhos até as instituições de ensino. Além disso, o Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) aprovou uma greve sanitária que começou nesta segunda na rede municipal contra a retomada das atividades presenciais nas escolas.

Segundo a diretora do Simpa, Rosélia Siviero, o retorno das atividades presenciais foi imposta pela gestão do prefeito Nelson Marchezan Júnior. "Enquanto não houver condições sanitárias e estruturais adequadas para garantir a proteção da saúde e da vida de estudantes, professores, funcionários e da comunidade escolar não há retomar as atividades", ressaltou.

Segundo ela, a greve sanitária é uma greve por condições sanitárias seguras de trabalho. A Escola Municipal Especial de Ensino Fundamental professor Luiz Francisco Lucena Borges, no bairro Jardim Itu Sabará, estava aberta, mas, os estudantes não apareceram. Os funcionários realizaram melhorias na escola, como o corte da grama. Já a diretora e os professores aguardaram os alunos.

Na Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) José Mariano Beck, no bairro Bom Jesus, também estava aberta. Os alunos não compareceram. A direção da escola distribuiu atividades “físicas” - os pais foram buscar exercícios “em papel” para os alunos. Já os funcionários trabalharam em melhorias na escola. Na entrada, eram oferecidos álcool em gel, tapete sanitizante e medição de temperatura.

Na EMEF Nossa Senhora de Fátima, no bairro Bom Jesus, o portão ficou aberto, mas os funcionários informaram que não havia alunos. E na EMEF Edith Macedo de Araújo, no bairro São José, apenas os funcionários estiveram presentes e lavaram a entrada da escola. Os estudantes não compareceram.

A diretora do Simpa, Rosélia Siviero, disse que além do alto grau de incidência da Covid-19, o sindicato tem apontado que falta um protocolo claro que estabeleça quais medidas sanitárias devem ser tomadas a fim de garantir a segurança de estudantes e professores. Segundo ela, o cronograma de retorno, anunciado pelo governo de Nelson Marchezan Júnior, desconsidera a realidade das escolas que, em sua grande maioria, não dispõem de estrutura física, nem de pessoal suficiente.

"A prefeitura não tomou as medidas sanitárias e de segurança em saúde que seriam essenciais para a volta das atividades num quadro de pandemia, deixando essa responsabilidade sobre as direções", acrescentou.

Entre os problemas apontados pela inspeção do Simpa está a falta de janelas em refeitórios, janelas pequenas nas salas de aula, impróprias para garantir a circulação adequada do ar e salas apertadas, o que impossibilita o distanciamento mínimo necessário.

Em entrevista à Rádio Guaíba, o secretário municipal da Educação, Adriano Naves de Brito, revelou que avalia sanções aos grevistas - com possibilidade, inclusive, de corte no ponto dos funcionários. “A autoridade sanitária do município diz que há, sim, condições para o retorno. A pauta do sindicato não é a educação. É corporativa, eleitoral”, ressaltou.

No dia 3 de novembro, estão previstas o retorno do Ensino Fundamental 2, Especial, primeiro e segundo anos do Ensino Médio e atividades de contraturno. Permanecem suspensas as aulas do ensino superior, em estabelecimentos públicos e privados, e de ensino em geral, como cursos de idiomas, esportes, artes, culinária e similares.

Segundo a Secretaria Municipal de Educação (Smed), as instituições da rede municipal de ensino receberam R$ 2,5 milhões como verba extra da prefeitura para aquisição de materiais de proteção contra o coronavírus. Além disso, a prefeitura manteve os repasses trimestrais em sua totalidade, mesmo sem atividades letivas - um recurso de R$ 9,4 milhões ao longo do ano.

Para a verificação da temperatura de alunos e educadores, as escolas da rede municipal de ensino receberam, na semana passada, o primeiro lote de 100 termômetros digitais de testa, sendo, pelo menos, um para cada instituição. Foram adquiridas pela Smed mais 526 unidades, que deverão ser distribuídas assim que forem entregues pelo fornecedor.




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