Ação conscientiza sobre doenças pulmonares em Porto Alegre

Ação conscientiza sobre doenças pulmonares em Porto Alegre

O objetivo da campanha Respiração é mostrar que sentir falta de ar não é algo normal

Felipe Samuel

Campanha RespiAção ocorre hoje e amanhã no Parque Marinha do Brasil

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Os usuários do Parque Marinha do Brasil que decidiram enfrentar o calorão da manhã de sábado, na Capital, quando os termômetros apontavam temperatura superior a 30 graus, se depararam com uma campanha de conscientização sobre como evitar doenças respiratórias.

O objetivo da campanha RespirAção é mostrar que sentir falta de ar não é algo normal. Instalada em uma tenda no parque, uma equipe formada por pneumologistas e enfermeiros ofereceu exame de espirometria, que é o teste que mede a função pulmonar. Bicicletas estacionárias foram instaladas para o público fazer uma pedalada simbólica e contribuir com uma "doação de ar" para o pulmão gigante inflável colocado no parque. 

Aulas de ioga, alongamento, pilates, entre outros, completaram a ação. Psicóloga e advogada, Vera Regina Rodrigues da Silveira, 70 anos, decidiu acompanhar o marido Nicolau até o lugar indicado para exames. Ex-fumante, o casal achou interessante a iniciativa e decidiu testar a condição pulmonar. Mesmo com uma rotina marcada pela prática de exercícios físicos, os dois entraram na fila para serem atendidos pela equipe médica.

Ela afirma que é a primeira vez que realiza exame de espirometria. "Sempre pratiquei exercícios físicos, mas nunca senti falta de ar ou mal-estar", observa. Apesar de manter a forma física, ela garante que o exame foi motivado pela iniciativa do marido, que sugeriu fazer o teste. "Muita gente vai sair daqui com algum encaminhamento. É importante a prevenção", completa.

O presidente da Sociedade Gaúcha de Pneumologia, Adalberto Rubin, explica que a campanha visa aumentar o conhecimento e a divulgação sobre as doenças respiratórias. "São doenças altamente prevalentes, contribuem muito para a morbidade e mortalidade. A gente tem como fazer o diagnóstico precoce e tratar as pessoas que sofrem de alguma doença respiratória", afirma.

Para quem não dá bola para sintomas como falta de ar, o pneumologista faz um alerta. "Falta de ar não é comum, não é apenas pela idade, sedentarismo. Se você tem queixa de falta de ar, tem que procurar seu médico e verificar se você tem alguma doença ou não", observa.

Conforme Rubin, duas doenças acometem o sistema respiratório, como a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), causada pelo cigarro e que provoca bronquite, enfisema pulmonar e determina redução da capacidade respiratória, e a fibrose pulmonar idiopática (FPI), que é uma doença que causa fibrose nos pulmões.

"Com isso o pulmão fica enrijecido, perde a sua elasticidade e também determinada redução da capacidade respiratória", pontua. O especialista reforça que a iniciativa visa atender principalmente fumantes e ex-fumantes. 

Rubin ressalta que indivíduos com mais de 40 anos, que apresentam cansaço, falta de ar, tosse, e foi fumante ou convive com fumante, devem procurar um médico. "Ele pode diagnosticar uma doença que pode ser tratada de maneira mais precoce", frisa. "Doença pulmonar afeta qualquer idade. tanto crianças quanto idosos, principalmente aquele que foi fumante e tem mais de 40 anos, mas pode afetar qualquer idade e mesmo pessoas que são sadias podem ter problemas respiratórios".


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