Ação mostra como fazer reanimação cardiopulmonar e salvar vidas

Ação mostra como fazer reanimação cardiopulmonar e salvar vidas

Atividade ocorreu no Parque Moinhos de Vento

Christian Bueller

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Em uma situação de emergência em que uma pessoa precisa de reanimação cardiopulmonar (RCP), o socorro imediato por de salvar vidas. Mas, não só apenas os especialistas podem fazer este primeiro atendimento. Foi o que mostrou uma parceria entre Sociedade de Cardiologia do RS (Socergs), o Hospital Moinhos de Vento e o Samu, em uma atividade gratuita no Parque Moinhos de Vento, em Porto Alegre, realizada neste domingo. 

Médicos, enfermeiros e socorristas mostraram à população em geral como realizar manobras de RCP. Sob tendas, manequins deitados no chão serviram como treinamento para massagem cardíaca e orientações sobre o uso do Desfibrilador Externo Automático (DEA). Durante quatro horas, pessoas leigas no assunto puderam aprender como fazer ao se deparar com um caso de suspeita de parada cardiorrespiratória (PCR). “O principal erro é não fazer nada. Qualquer massagem cardíaca é melhor do que nenhuma. A cada minuto, uma pessoa com PCR perde 10% de chance de sobreviver”, explica o médico Luiz Fernando Soares Varela, acrescentando que qualquer pessoa pode prestar um socorro de qualidade com orientações devidas, como as apresentadas no Parcão.

Dados do Ministério da Saúde apontam que Porto Alegre é a terceira capital do Brasil com maior número de óbitos de origem cardiovascular em via pública, atrás apenas do Rio de Janeiro e de São Paulo. “Uma situação dessas pode ocorrer em qualquer lugar, em casa, no ambiente de trabalho. O conhecimento de RCP pode fazer toda a diferença para salvar aquela vida. Não é mais preciso fazer respiração boca a boca, basta a compressão torácica”, explica o cardiologista Marcelo Rava de Campos, diretor do Programa Prevenção Morte Súbita da Socergs, que também ministra treinamentos em todo o Estado.

As doenças cardiovasculares, afecções do coração e da circulação, representam a principal causa de mortes no Brasil. São mais de 1.100 mortes por dia, cerca de 46 por hora, 1 morte a cada 90 segundos. As doenças cardiovasculares causam o dobro de mortes que aquelas devidas a todos os tipos de câncer juntos, 2,3 vezes mais que as todas as causas externas (acidentes e violência), 3 vezes mais que as doenças respiratórias e 6,5 vezes mais que todas as infecções, incluindo a AIDS.

Em mais de 90% dos casos de socorros bem-sucedidos pelo Samu, uma pessoa – parente, amigo, colega da vítima - pratica a reanimação até a chegada dos especialistas. Também foi mostrada a melhor forma de telefonar para o serviço, em um momento em que o desespero predomina. A artesã Nara Donelli precisou e foi bem atendida. “Se não fosse a Samu teria perdido a minha filha, que teve um processo alérgico e fechamento da glote”, contou, depois de aprender mais sobre o assunto e treinar com os manequins em uma das tendas erguidas no Parcão.


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