Academias de Porto Alegre inovam para não ficar ainda mais no prejuízo

Academias de Porto Alegre inovam para não ficar ainda mais no prejuízo

Decreto da prefeitura autorizou estabelecimentos a abrirem atendendo a um aluno por vez

Gabriel Guedes

Aulas online foram alternativa para o momento de isolamento

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O decreto da prefeitura de Porto Alegre, que permitiu parte do comércio funcionar desde a última terça-feira, também autorizou academias de ginástica, musculação e estúdios de atividades físicas a abrirem, mas atendendo a um aluno por vez. Uma medida que, na avaliação dos empresários e profissionais de educação física, pouco vem a somar no caso das academias, mas acaba dando um alívio a pequenos estúdios de pilates e outras práticas, por exemplo. Para sobreviver nesta crise, muitos destes empreendimentos levaram a atividade física para a web e até mesmo emprestaram equipamentos para que seus matriculados possam passar o período de distanciamento social sem prejuízo para a manutenção de uma boa saúde. Mas quem não consegue tocar o negócio de outra forma, o jeito é seguir fechado até segunda ordem.

Numa academia de crossfit do bairro São Geraldo, com quatro anos de fundação, antes da crise o negócio estava numa crescente, com quase 300 alunos praticando o esporte. Mas chegou o coronavírus e hoje o espaço se mantém hoje com 180 praticantes da modalidade e nenhum deles presencialmente. Uma queda de 50%. “Temos seis profissionais atuando, mas realocamos eles para aulas online. Foi a forma de solucionar isso em meio à pandemia”, afirma o proprietário, Jean Carlos Barbosa. Para melhorar a experiência online de alguns dos seus clientes, Barbosa afirma que seus estabelecimento está até emprestando equipamentos. Na avaliação do empresário, a situação com o decreto ainda torna a retomada presencial inviável. “Não faz sentido atender de sete a oito pessoas por dia. A gente chegava a atender por hora de 20 a 30 pessoas”, lembra.

De qualquer forma, Barbosa diz compreender a situação e que foco é a saúde. “Tem pessoas que até nos cobram pela reabertura. Mas também não podemos aglomerar pessoas, ter filas e ficarem doentes. Temos que ter paciência”, garante. No entanto, o dono do crossfit espera um flexibilização para funcionamento de estabelecimentos como o dele, para um maior número de pessoas. Para enfrentar a fase atual, além de oferecer novas formas de trabalho, Barbosa também teve que negociar com fornecedores, o aluguel e até mesmo o pagamento de uma obra que está em andamento e que foi surpreendida pela crise do novo coronavírus.

O estúdio de pilates da Tatiana Pedroso, situado numa sala na Rua dos Andradas, no Centro, estava fechado e reabriu também nesta semana. Desta maneira, ela está conseguindo dar um fôlego ao seu pequeno negócio, que existe há 11 anos. Quatro alunos voltaram a ter aulas presenciais. Outros pelo menos seis clientes, até por estarem dentro do grupo de risco para a Covid-19, seguem tendo aulas online. Mas os procedimentos tiveram que mudar. “Estamos atendendo com horários agendados e com máscara. As aulas foram reduzidas e os intervalos também diminuíram. Não estou nem fazendo divulgação. Só queremos trabalhar um pouco. Temos que ir aos pouquinhos, avaliar a situação do contágio”, relata Tatiana, que possuía uns 30 alunos até o final da primeira quinzena de março, quando os casos de Covid-19 entraram em ebulição. “Eu acho que para meu negócio está bom. Temos que ter paciência. Se não precisasse ter dinheiro, não sairia para trabalhar. Ficaria no isolamento total”, acredita.

Para auxiliar os profissionais a acharem soluções, o Conselho Regional de Educação Física do Rio Grande do Sul (CREF2/RS) está promovendo no perfil do Instagram do órgão, vídeos ao vivo com ideias e inovações contra a pandemia a partir de outros colegas de área. Neste mês serão pelo menos cinco transmissões. O programação e os educadores físicos convidados podem ser conferidos no site https://crefrs.org.br/.

 


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