Adesão à campanha de multivacinação ainda é fraca em Porto Alegre

Adesão à campanha de multivacinação ainda é fraca em Porto Alegre

Secretaria de Saúde alertou pais para que levem crianças e adolescentes para evitar doenças como sarampo, poliomelite e rubéola

Cláudio Isaías

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A campanha de multivacinação de crianças a adolescentes menores de 15 anos, que começou na semana passada, tem como objetivo colocar em dia às vacinas de rotina que estejam em atraso. Segundo a Secretaria Estadual da Saúde (SES), a estratégia é importante neste momento para elevar as coberturas vacinais, que já vinham em um cenário de queda nos últimos anos e que a pandemia da Covid-19 acentuou ainda mais. Mesmo com a orientação aos pais para que levem crianças e adolescentes até os postos de saúde, o que se vê até o momento, é um movimento ainda fraco deste público nas unidades de saúde. Nesta segunda-feira, o movimento no Centro de Saúde Modelo, no bairro Santana, voltou a ser tranquilo. As mães levaram os filhos pequenos para realizar a imunização.  

O alerta da Secretaria da Saúde é que a baixa na procura pelos imunizantes pode fazer com que algumas doenças consideradas erradicadas voltem a circular ou aquelas que vinham com baixos índices aumentem. Em especial pelo momento atual de gradativa retomada das atividades e retorno desse público às escolas. O sarampo, a rubéola e a poliomielite são algumas das doenças que podem ser graves, inclusive com risco de morte, e que precisam de taxas de coberturas altas para terem o risco diminuído. Ao todo, o calendário de vacinação prevê 14 tipos de vacinas até os sete anos e outras oito até os 15 anos. Cerca de dois milhões de crianças e adolescentes fazem parte desse grupo de menores de 15 anos. No Rio Grande do Sul, foram disponibilizadas mais de 1,8 mil salas de vacina.

A chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Tani Ranieri, disse que muitas doenças tornaram-se desconhecidas tanto no Brasil quanto no Rio Grande do Sul, fazendo com que algumas pessoas não tenham noção do perigo representado por elas. Considerando dez das vacinas previstas até o primeiro ano de idade, em nenhuma delas foi alcançada a meta de vacinação, que seria atingir pelo menos 95% do público da idade preconizada nos últimos quatro anos, sendo que em 2020 nenhuma ficou acima dos 90%. Os dados de 2021 ainda são parciais, porque as vacinas de rotina têm um prazo de até seis meses para o município registar no sistema do Programa Nacional de Imunizações.

Com o dia “D” marcado para 16 de outubro, a campanha de multivacinação para crianças e adolescentes será realizada até o dia 29 de outubro. No Brasil, cerca de 45 mil postos de vacinação estão em funcionamento para disponibilizar as doses que fazem parte do Calendário Nacional de Vacinação. Em Porto Alegre, o Dia "D" estava previsto inicialmente para ocorrer no sábado passado, dia 2 de outubro, mas foi alterado pelo Ministério da Saúde para o dia 16 de outubro. Com isso, as ações elaboradas pela prefeitura para a data também foram transferidas. Uma ação prevista é a gratuidade nas  linhas de ônibus nos dez bairros com o maior número de pessoas não vacinadas contra a Covid-19 na Capital. O objetivo é facilitar o acesso da população aos locais de imunização.


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