Aeroportos do Brasil devem seguir sem restrições mesmo com "segunda onda" da Covid-19 no Exterior

Aeroportos do Brasil devem seguir sem restrições mesmo com "segunda onda" da Covid-19 no Exterior

Aumento das infecções provocou novos fechamentos de fronteiras, principalmente em países europeus e asiáticos

Jessica Hübler

Em alguns casos os países solicitam exames comprovando que os passageiros não contraíram o novo coronavírus ou quarentena obrigatória de 10 a 14 dias

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O Brasil segue recebendo viajantes em seus aeroportos, mas em muitos países a realidade é diferente. Segundo levantamento da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) há pelo menos 102 países com restrições de voos internacionais e/ou domésticos. Na América do Sul somente Argentina, Uruguai e Venezula estão com restrição total e apenas o Brasil não possui qualquer restrição para as viagens. Uma segunda onda da pandemia provocou novos fechamentos de fronteiras, principalmente em países da Ásia e da Europa, com o objetivo de evitar aumento do contágio pela Covid-19 em seus territórios. Em alguns casos os países solicitam exames comprovando que os passageiros não contraíram o novo coronavírus ou quarentena obrigatória de 10 a 14 dias.

Conforme o documento “Considerações de saúde pública sobre viagens internacionais” da Organização Mundial de Saúde (OMS) não existe “risco zero” no que se refere à possibilidade de importação ou exportação de casos no contexto de viagens internacionais. Portanto, a OMS sugere “uma avaliação detalhada e contínua, bem como o gerenciamento dos riscos”, no sentido de identificar, reduzir e mitigar esses riscos, “além de balancear, ao mesmo tempo, as consequências socioeconômicas de medidas relativas a viagens (ou restrições temporárias) e as possíveis consequências adversas de saúde pública”.

Em julho, o chefe do programa de emergências da OMS, Michael Ryan, afirmou que fechar fronteiras e restringir viagens não são a melhor estratégia para impedir o contágio pelo novo coronavírus. No Brasil, conforme a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), apesar de não ter ocorrido suspensão das atividades nos aeroportos, a malha aérea foi reduzida por conta da queda na demanda. 

Em setembro deste ano mais de 3,05 milhões de passageiros voaram pelo país. O número representa um aumento de 850 mil passageiros em relação ao que foi registrado no mês anterior, quando foram embarcados cerca de 2,2 milhões de pessoas. Entretanto, na comparação com setembro do ano passado, a redução é de 61% no número de passageiros pagos transportados. No acumulado do ano, o transporte aéreo brasileiro acumula retração de 56% no mesmo indicador.

No mercado internacional, houve uma queda de 90,7% na demanda por voos e 79,5% na oferta de assentos em setembro deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. A demanda doméstica de passageiros pagos transportados (RPK) e a oferta de assentos-quilômetros (ASK) apresentaram redução de 55,2% e 54,5%, respectivamente, em setembro deste ano em relação ao mesmo período de 2019.

A Fraport, que administra o Porto Alegre Airport - Aeroporto Internacional Salgado Filho, informou que há autorização para receber voos internacionais mas que, neste momento, não há nenhuma operação de voo comercial. Durante os primeiros meses da pandemia, a indústria da aviação foi a uma das mais afetadas. Em Porto Alegre, o mês de abril apresentou os piores resultados dos últimos meses, quando houve uma queda de 95,3% na operação.

Mês a mês:

Março: -34,9%

Abril: -95,3%

Maio: -93,9%

Junho: -89,6% 

Julho: -84,3%

Agosto: -81,6%

Não há, conforme a Fraport, possibilidade de fechamento do aeroporto pois o transporte aéreo é considerado serviço essencial. “Viajar de avião pode ser considerado mais seguro do que de ônibus ou permanecer em um ambiente com pouca ventilação pois as aeronaves possuem um sistema chamado filtro de ar HEPA. A cada 3 minutos, 99,7% das partículas do ar que circula nas cabines das aeronaves são filtradas evitando a disseminação do novo coronavírus durante as viagens”, informou a Fraport.

Além disso, a empresa também ressaltou que segue todas as orientações dos órgãos de saúde como desinfecção do terminal em parceria com o Exército Brasileiro e que as demais rotinas de higienização foram intensificadas. 


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