Agricultores familiares mantêm protesto por medidas contra estiagem em Porto Alegre

Agricultores familiares mantêm protesto por medidas contra estiagem em Porto Alegre

Protesto iniciou nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira

Felipe Nabinger

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Cerca de 1,3 mil manifestantes entre produtores rurais da agricultura familiar e representantes sindicais da categoria seguem protesto que iniciou nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira, 16, em frente ao prédio da Secretaria Estadual de Agricultura. A reivindicação era por ações do governo estadual para combater os efeitos da estiagem. Conforme lideranças, o grupo só deixaria o local após o falar com o governador Eduardo Leite.

“Pedimos a criação de um comitê de crise composto pelo governo, por deputados e entidades que possam articular ações referentes à estiagem”, afirmou o coordenador geral da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Rio Grande do Sul (Fetraf-RS), Douglas Cenci.

Entre as medidas requeridas pelos produtores rurais está uma linha de crédito para investimentos nas propriedades, compra de insumos para a alimentação de animais e quitação de compromissos. Além desse empréstimo, as entidades também pedem a criação de um auxílio emergencial para as famílias de produtores carentes atingidos pela falta de chuvas.

A Secretaria da Agricultura afirma que a pasta estava disponível para atender a comitiva dos manifestantes. O secretário adjunto Luiz Fernando Rodriguez Júnior tentou uma reunião com o grupo às 10h, mas as lideranças exigiram a presença do governador ou do chefe da Casa Civil, Arthur Lemos. Por volta das 13h, com a chegada de Lemos, um grupo de manifestantes foi recebido para uma reunião na sede da pasta.

“Toda manifestação é legítima. A secretaria está convencida que está tomando as melhores ações para administrativas para mitigar os efeitos da estiagem com os recursos do governo do Estado. Há diversas ações que dependem do governo federal. É esse alinhamento com a bancada federal gaúcha que vai nos possibilitar que os recursos venham”, afirmou Rodriguez Júnior.

Dos 497 municípios do Estado, 409 já decretaram situação de emergência por conta da estiagem que assola as lavouras e esvazia reservatórios. Segundo dados da Emater/Ascar, mais de 250 mil propriedades sofrem com a falta d’água.

Até o início da tarde, o protesto seguia, causando interrupção total no trânsito da avenida Getúlio Vargas no sentido Sul/Norte. A EPTC desviou o trânsito pelas ruas Barbedo, Múcio Teixeira e Botafogo.

Além da Fetraf-RS, participam do protesto o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), o Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB), a União das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (UNICAFES) e o Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional do Rio Grande do Sul (CONSEA-RS), com apoio da CUT-RS.


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