Além das vinícolas e da arquitetura, cidade de Guaporé é considerada "Capital das Joias"

Além das vinícolas e da arquitetura, cidade de Guaporé é considerada "Capital das Joias"

Pequeno município da Serra Gaúcha encanta turistas pela tranquilidade, limpeza e praticidade

Jessica Hubler

Cidade foi planejada como um tabuleiro de xadrez

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Com construções pequenas, quadras perfeitas e cerca de 25 mil habitantes, Guaporé, na Serra Gaúcha, encanta os turistas pela tranquilidade e praticidade. Além de ser uma cidade pequena, a limpeza, organização e hospitalidade são pontos fortes da localidade. O município, localizado a 210 km de Porto Alegre, ganhou vida com a chegada dos imigrantes italianos, no fim do século 19, em 1892, quando surgiu a colônia. Todo o desenho da cidade foi ganhando forma a partir da Praça Vespasiano Corrêa, onde está localizada a Igreja Matriz de Santo Antônio, construída em 1897.

A cidade foi planejada como um tabuleiro de xadrez, a partir da praça, ponto onde teve início a colonização, da qual também participaram alemães, poloneses, russos e austríacos. A partir disto, o desenvolvimento foi sendo feito em quadras de 100 por 100 metros. O desenho da cidade, do alto, impressiona pela simetria.

A fama de “Capital das Joias” deve-se a uma bagagem que faz parte da região desde 1907, quando uma tradicional família de italianos iniciou a prestação de serviços de ourivesaria. “A história da joia é centenária. Veio pelas mãos dos ourives, que eram imigrantes italianos que trouxeram a técnica à cidade há mais de cem anos”, explica a secretária municipal de Turismo, Cultura, Esporte e Desenvolvimento Econômico, Cristiane Maísa Viel.

A alta qualidade no setor fez com que os produtos estourassem no mercado nos anos 1980 e, em seguida, também surgiu o segmento da moda íntima em Guaporé. Ambos os setores são consolidados na cidade. “Atualmente temos empresas exportadoras que chegam à Europa, a toda a América e a todo o Brasil”, ressaltou Cristiane. Guaporé é considerada o Polo Estadual das Joias e segundo lugar no âmbito nacional na produção de joias folheadas.

De acordo com Cristiane, a base do turismo na cidade são as compras. “Além das joias e da moda íntima, estamos trabalhando fortemente o turismo rural, da parte das propriedades e da agroindústria”, enfatizou. Um dos eventos que valorizam as compras, realizado anualmente, desde 2002, é a Mostra Guaporé, cujo objetivo é oferecer aos visitantes o que há de melhor na localidade. O encontro iniciou com um público de aproximadamente 10 mil pessoas e, hoje, mais de 30 mil passam pela vitrine da produção local.

Além dos produtos comercializados diretamente de fábrica, a mostra também conta com shows de dança, música ou artes cênicas, de artistas locais. O evento ocorre nos dois primeiros finais de semana (sexta, sábado e domingo) de agosto, todos os anos.

A edição de 2018 será realizada no Autódromo Internacional Nelson Luiz Barro. Conforme presidente da mostra, Edmilson Norberto Zortéa, serão disponibilizados mais de 180 espaços comerciais, destinados a 145 expositores. “Aproximadamente 50% dos espaços são direcionados para o setor da moda íntima e da joia e, nos demais, agregamos malhas, couro, esporte, agroindústria, calçados e equipamentos, entre outros.” Segundo ele, o setor agroindustrial vem ganhando espaço maior a cada edição, devido ao fortalecimento das agroindústrias locais.

Além da Mostra Guaporé e das belezas urbanas, os visitantes têm a oportunidade de conhecer o Belas Guaporé, um shopping de fabricantes, três vinícolas (Giaretta, Gheller e Scalco) o kartódromo e do próprio autódromo, que simboliza mais uma paixão dos guaporenses: a velocidade.

Vinícolas

Duas das três vinícolas consideradas jovens, mas que nasceram e crescem em Guaporé, são a Gheller e a Scalco. Com características diferentes, ambas contam com hectares de plantações de uva e têm diferentes formas de produção. A Gheller teve a primeira produção em 2005. Todos os processos, desde a plantação até a vinificação e o armazenamento em barris de carvalho ou diretamente em garrafas, são feitos no local. Até o final de 2019, a Gheller pretende oferecer aos visitantes um Wine Garden. O projeto contará com um moinho que, além de simbolizar os antepassados, também deverá gerar energia para a empresa.

O visitante pode conhecer a vinícola e apreciar os vinhos exclusivos através da degustação no local, além de se encantar com as belezas naturais da propriedade e levar o próprio vinho para casa.

A Vinícola Scalco é uma empresa familiar que desenvolveu ramificações ao longo dos anos. Além da produção de vinhos e espumantes, oferece aos visitantes uma variedade de geleias, conservas de frutas e suco de uva. O resgate das tradições também pode ser experimentado no Restaurante Osteria Scalco, onde são oferecidos almoços, cafés coloniais e jantares. O passeio de trator pela propriedade e o piquenique ao ar livre nos vinhedos também são opções para quem conhece a Scalco.

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