Alívio para os moradores do Arquipélago: nível da água começa a baixar

Alívio para os moradores do Arquipélago: nível da água começa a baixar

Em um intervalo de mais de 12 horas, o Guaíba em Porto Alegre passou dos 2,61m para 2,39m

Gabriel Guedes

Nível do Guaíba baixou 22 centímetros entre a noite de sábado e a manhã deste domingo

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O nível da água nas ilhas do Delta do Jacuí, em Porto Alegre, está baixando e esta foi a boa notícia deste domingo, que deu esperança aos atingidos pela cheia. Em um intervalo de mais de 12 horas, o Guaíba passou dos 2,61m para 2,39m, em uma redução de 22 centímetros entre a noite de sábado e a manhã deste domingo.

A tendência, segundo o coordenador da Defesa Civil de Porto Alegre, Evaldo Rodrigues de Oliveira Júnior, é de que as águas sigam baixando, entretanto, a cidade vai manter o nível de alerta, apesar dos parâmetros já corresponderem ao estado de atenção.

“A gente está comemorando que o Guaíba baixou. Mas ainda estamos na perspectiva do que está para chegar de água em Porto Alegre”, aguarda. Resultado de novo episódio de intensa chuva neste final de semana, na tarde deste domingo, as águas do Rio Taquari e do Rio Caí voltaram a subir, o que pode impactar no fluxo do Rio Jacuí, e por consequência, ocasionar uma elevação no Guaíba.

“A água baixou bastante de ontem para hoje (domingo)”, apontava Ederson Luiz Oliveira de Andrade, 46 anos, morador da Ilha das Flores, mostrando que boa parte da estrada que passa embaixo das pontes, na mesma ilha, já estava seca. Na Rua Nossa Senhora Aparecida, na Ilha dos Marinheiros, a ribeirinha Ana Claudia da Silva Oliveira, 33 anos, já se mostrava mais aliviada com a redução no nível da água. Ainda assim, na manhã deste domingo, o terreno de sua casa ainda seguia inundada, mas já não invadia mais a parte construída da residência.

“Esta enchente foi muito pior, por que o rio subiu rápido, mas também vem descendo ligeiro. Isso é bom, porque tem muitos problemas com bichos, como cobras e lacraias. Ainda sem luz, só com uma lanterna boa para enxergar estes animais”, revela Ana Claudia, que estava satisfeita por ter ganho um macacão impermeável no sábado. “Só assim para conseguir sair de casa”, conta.

Mas quem não teve como ficar, foi encaminhado para um abrigo montado pela Defesa Civil, na Escola Estadual Alvarenga Peixoto. “Estamos há três dias aqui. Dentro de casa não tem como ficar. Só meu marido que não veio. Ele está dentro do carro, de olho na casa”, conta uma das moradoras desabrigadas na Ilha dos Marinheiros, Elisana dos Santos, 31, que está no abrigo junto com seus quatro filhos.

No local, os moradores têm condições de se manterem aquecidos, recebem refeições e atendimento de saúde. “Estamos seguindo um protocolo muito rigoroso para combater a Covid-19. Uma equipe da Secretaria da Saúde está testando os abrigados”, garante Oliveira. De acordo com o coordenador da Defesa Civil, há 15 pessoas utilizando a infraestrutura: cinco crianças, seis mulheres e quatro homens. “Se precisarmos abrigar mais gente, temos ainda espaço”, assegura.

A Defesa Civil acredita numa normalização a partir da segunda metade da semana. “Está tendo um bom escoamento das águas para a Lagoa dos Patos. São perspectivas boas. Com o tempo firme, vai facilitar o retorno das famílias para suas moradias. Previsão de chuva só na quinta-feira”, prevê Oliveira.


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