Ana Amélia afirma que politização do novo coronavírus agravou problemas do Brasil

Ana Amélia afirma que politização do novo coronavírus agravou problemas do Brasil

Ex-senadora avaliou o cenário político durante videoconferência da Associação Comercial de Porto Alegre

Felipe Samuel

Ana Amélia destacou que tanto a estiagem que atingiu o RS quanto o novo coronavírus vão afetar a economia gaúcha

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A secretária de Relações Federativas e Internacionais do Rio Grande do Sul, Ana Amélia Lemos, afirmou nesta terça-feira que a politização da questão envolvendo a pandemia do novo coronavírus agravou os problemas do Brasil, ao invés de resolvê-los, e se transformou em 'problema adicional'. 

A manifestação foi dada durante videoconferência promovida pela Associação Comercial de Porto Alegre (ACPA). A ex-senadora avaliou o cenário político do Brasil e do Rio Grande do Sul, os desdobramentos econômicos em função da Covid-19 e a atuação da bancada gaúcha no Congresso.

Com experiência de atuação junto ao agronegócio, Ana Amélia destacou que tanto a estiagem que atingiu o Estado quanto o novo coronavírus vão afetar a economia gaúcha. "A questão da Covid-19 foi politizada, agravou os problemas ao invés de resolver. É um problema adicional", observou. 

Em conversa com o presidente da ACPA, Paulo Afonso Pereira, que conduziu o bate-papo, ela afirmou que a agricultura consegue enfrentar as dificuldades econômicas. "Evidentemente que o coronavírus tem muito mais peso. Com a seca você tem na atividade agrícola um período mais curto para resolver o problema, se as chuvas vierem você pode emergencialmente tratar", comparou. 

Atuação conjunta 

Ana Amélia ressaltou o trabalho da bancada gaúcha no Congresso, que conta com 31 deputados federais e três senadores. E explicou que os parlamentares compreenderam a necessidade de atuação conjunta em meio ao surto da Covid-19.

"A bancada gaucha decidiu fazer um trabalho coletivo e muitos deputados abriram mão de emendas que haviam sido destinadas para pavimentação de rodovias para transferir exclusivamente para tratamento da Covid-19", frisou, durante encontro cujo tema é 'Rio Grande do Sul e Mundo pós-pandemia'.

Em alusão ao poder econômico da União, ela reforçou que o governo federal é o 'primo rico, enquanto estados e municípios são os primos pobres'. No Rio Grande do Sul, Ana Amélia elogiou a atuação conjunta do Executivo, Legislativo e Judiciário, que decidiram 'congelar' gastos até 2021. 

Na avaliação da ex-senadora, a união marca uma inflexão na política gaúcha. "Não é uma engenharia fácil e é uma demonstração de responsabilidade", afirmou.

Eleições

Sobre as eleições municipais marcadas para este ano, avalia que há incerteza em função da disseminação da doença no País. Ana Amélia lembrou ainda que campanhas envolvem aglomerações e uma mudança no ano de realização também acarretaria em discussões sobre constitucionalidade e segurança jurídica. "É um problema de complexidade extraordinária", justificou. 

Sobre as medidas do governo federal para amenizar o impacto da Covid-19 junto a empresários, destacou as dificuldades enfrentadas pelos empresariado para conseguir recursos dos bancos para evitar demissões.

Ela reforçou que muitos empresários reclamam das garantias exigidas pelos bancos. "Não adianta ter boa medida se não é executada, pois perde eficácia. Bancos oficiais deveriam ter ação mais rápida, como Banco do Brasil Caixa Econômica Federal", finalizou.


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