Após apagão no Amapá, Aneel quer mudar forma de comunicação sobre falhas

Após apagão no Amapá, Aneel quer mudar forma de comunicação sobre falhas

Capital do Macapá enfrenta falta de luz há mais de uma semana após raio atingir uma subestação de energia

AE

Aneel quer mudar forma de comunicação sobre falhas após apagão no Amapá

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Após o apagão no Amapá, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu incluir, em sua agenda regulatória 2021/2022, um processo para regulamentar a forma com que transmissoras devem comunicar problemas graves em suas instalações. Um raio atingiu uma subestação de Macapá na noite da terça-feira, afetando a distribuição para a maior parte do Estado. Mais de uma semana depois, o problema persiste diante da falta de restabelecimento total do fornecimento de luz, o que afeta também o abastecimento de água e causa dificuldades crescentes para a população local.

O diretor-geral da Aneel, André Pepitone, pediu às áreas técnicas que instaurem processo administrativo com o propósito de regulamentar o procedimento de comunicação de ocorrência grave e de indisponibilidade prolongada de ativos de transmissão. "Já é uma resposta e aprimoramento em decorrência da ocorrência no Amapá", disse.

O apagão no Amapá ocorreu na noite do dia 3, mas o Ministério de Minas e Energia (MME) somente soube da ocorrência no dia seguinte. Praticamente todo o Estado ficou sem energia até sábado, quando a eletricidade começou a ser restabelecida. Mas ainda há falhas e a população será submetida a racionamento por pelo menos mais uma semana.

Os assuntos da agenda regulatória deverão ser discutidos em audiência pública a ser realizada na próxima semana, dia 19. Os temas a serem tratados incluem a resolução da micro e minigeração distribuída, debate que foi adiado após o presidente Jair Bolsonaro interditá-lo e se manifestar contra o que chamou de "taxar o sol".

A Aneel pretendia garantir que os usuários de painéis fotovoltaicos também pagassem taxas pelo uso da rede, já que hoje esse custo é subsidiado pelos demais consumidores. O tema ficou em suspenso sob o pretexto de aguardar manifestação do Congresso Nacional, na forma de uma lei sobre a geração distribuída, o que não ocorreu.

Outros temas que integram a agenda são o compartilhamento de postes com empresas de telecomunicações, a regulamentação do programa Mais Luz Para a Amazônia, as adequações regulatórias para usinas híbridas, aperfeiçoamento de critérios e procedimentos para a programação da operação e formação do PLD, regulamentação do "constrained off" de centrais geradoras solares fotovoltaicas e hidrelétricas e revisão da resolução sobre segurança de barragens.

Também ficará para 2021 a regulamentação dos custos acessórios ao consumidor relativos a conta-Covid, empréstimo bilionário que serviu para socorrer o setor elétrico durante a pandemia. Essa etapa vai definir o que será pago pelas empresas e o que ficará com o consumidor.

Comissão do Congresso

A Comissão Mista da Covid-19 no Congresso Nacional aprovou um requerimento para convidar o diretor-geral da Aneel, André Pepitone, a esclarecer o apagão no Amapá. A comissão é responsável por fiscalizar as ações do governo federal durante a pandemia do novo coronavírus. Parlamentares querem realizar a audiência na sexta-feira.

Com o convite, a autoridade não é obrigada a comparecer na comissão. Geralmente, a reunião é marcada em acordo com o convidado. Na terça-feira, 10, o diretor-geral da agência afirmou que o órgão vai apurar com "todo o rigor" a responsabilidade dos envolvidos no episódio que deixou a maioria das cidades do Amapá sem energia elétrica.


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