Após três dias, BM segue em frente ao prédio desocupado pelo movimento Lanceiros Negros

Após três dias, BM segue em frente ao prédio desocupado pelo movimento Lanceiros Negros

Reintegração de posse do imóvel ocorreu na noite de quarta-feira e 70 famílias foram expulsas do local

Jessica Hübler

Após três dias, Brigada Militar continua fazendo vigília no local desocupado pelo movimento Lanceiros Negros

publicidade

Duas viaturas da Brigada Militar continuam em frente ao prédio que foi desocupado na noite da última quarta-feira pelo Movimento Livre nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), que organizava a Ocupação Lanceiros Negros na esquina entre as ruas General Câmara e Andrade Neves, no Centro Histórico de Porto Alegre. O comandante do Comando de Policiamento da Capital (CPC), coronel Jefferson de Barros Jacques, havia informado que o efetivo reforçado deixaria a região na sexta-feira, quando a porta do prédio seria consertada.

A porta, que havia sido destruída durante o cumprimento da ordem judicial de reintegração de posse do imóvel, foi consertada mas, mesmo assim, a Brigada Militar permanece com reforço de efetivo no local. Além das guarnições que estão estacionadas bem em frente ao prédio, três policiais militares da Cavalaria também estão próximos. Na esquina entre as ruas General Câmara e rua dos Andradas, os PMs dão apoio aos colegas que ainda guarnecem a entrada do imóvel.

Cerca de 70 famílias estavam no prédio desde novembro de 2015. Conforme uma das coordenadoras da Ocupação Lanceiros Negros, Nana Sanches, as famílias estão se organizando aos poucos para retomar suas vidas após o episódio traumático. Segundo Nana, algumas pessoas foram acolhidas na Ocupação Mulheres Mirabal e outras precisaram buscar auxílio na casa de parentes.

O cozinheiro Marcelo Silva de Souza, que atualmente está desempregado, morou cerca de três meses na Ocupação Lanceiros Negros. Segundo ele, a reintegração de posse foi um momento muito tenso para todos que lá estavam. “Nós estávamos mais preocupados com as crianças, eles não paravam de jogar bombas, a fumaça subia e as crianças começaram a ficar tontas e vomitar, nos preocupamos muito”, afirmou Souza.

“Jogaram nossas coisas no meio da rua, isso aí não se faz, somos todos seres humanos, a gente não merece isso aí”, ressaltou Souza. De acordo com ele, o acolhimento da Ocupação Mulheres Mirabal foi muito importante. “Graças a Deus existem pessoas boas ainda no mundo”, agradeceu.

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895