Aplicação da Astrazeneca volta superar Coronavac no país

Aplicação da Astrazeneca volta superar Coronavac no país

De todas as doses aplicadas até o momento contra a Covid-19, 46,3% são Astrazeneca e 44,9%, Coronavac

R7

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A vacina Astrazeneca, produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no Brasil, voltou a ser o imunizante contra a Covid-19 mais aplicado no país, superando a Coronavac. É a segunda vez que isso acontece desde o início da campanha de vacinação no Brasil, em 17 de janeiro. Os dados são do Localiza SUS, plataforma do Ministério da Saúde. 

De todas as doses aplicadas até o momento, 46,3% são Astrazeneca, 44,9%, Coronavac, 8%, Pfizer e 0,8%, Johnson - as quatro vacinas disponíveis no Brasil. Em números, isso equivale a 44,99 milhões de doses da Astrazeneca, 43,58 milhões da Coronavac, 7,76 milhões da Pfizer e 798,21 milhões da Johnson. A diferença entre a Astrazeneca e a Coronavac é de 1,41 milhões de doses. 

A Coronavac se manteve predominante no país até março, quando chegou a representar quase 90% das doses aplicadas. Problemas relacionados à entrega de insumos da China para a fabricação da vacina no Brasil levaram à queda do número de imunizantes disponíveis. Em maio, a aplicação da vacina Astrazeneca superou pela primeira vez a da Coronavac, chegando a quase 70% do total. Em junho, esse patamar foi mantido, até a produção da Coronavac retornar ao ritmo normal, voltando a superá-la, mas com uma pequena diferença. No sábado (2), a Astrazeneca tomou a dianteira.

Desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, em parceria com o laboratório anglo-sueco Astrazeneca, a vacina está sendo produzida no país desde o início de junho pelo laboratório Bio-Manguinhos, da Fiocruz.

A eficácia do imunizante é de 80% se administrado com intervalo acima de 12 semanas (3 meses) entre as doses, segundo a bula - trata-se do intervalo utilizado no Brasil. Um novo estudo, da própria Universidade de Oxford publicado no periódico científico Lancet, mostrou que a eficácia pode ser ainda maior se considerado um intervalo de 45 semanas (10 meses).

A pesquisa também apontou que uma terceira dose aplicada pelo menos seis meses depois aumentaria os anticorpos em seis vezes e ofereceria maior imunidade contra as variantes Alfa (identificada pela primeira vez no Reino Unido), Beta (na África do Sul) e Delta (na Índia).

Dados prelimiares de um outro estudo da mesma universidade revelaram que a vacina protege contra a variante Gama (do Amazonas) e não precisaria de ajustes nesse sentido. 

O vacina Astrazeneca utiliza tecnologia de vetor viral não replicante. Um adenovírus, que causa resfriado em chimpanzés, foi modificado em laboratório para transportar fragmentos do coronavírus, especificamente a proteína spike, para estimular o organismo a produzir resposta imunológica contra o coronavírus.

Polêmicas que envolvem a vacina

O Ministério da Saúde suspendeu em maio a aplicação da vacina Astrazeneca em gestantes e puérperas, depois da morte de uma grávida em decorrência de trombocitopenia associada ao  imunizante. A recomendação da pasta é que gestantes que tomaram a primeira dose devem completar o esquema vacinal somente 45 dias após o parto.

Um estudo mostrou que o risco de coágulos associado ao uso da Astrazeneca é 1 em 100 mil casos . A possível reação adversa já está registrada na bula da vacina. 

Outra polêmica que envolve o imunizante é a suspeita da aplicação de doses vencidas em 1.532 municípios. Um cruzamento de dados feito em duas bases de informações diferentes do Ministério da Saúde aponta que pelo menos 26 mil doses vencidas da vacina contra Covid-19 da Astrazeneca foram aplicadas no Brasil, segundo publicado na sexta-feira (2) pela Folha de S.Paulo.

De acordo com a reportagem, os imunizantes fora do prazo seriam provenientes de lotes importados da Índia pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) ou adquiridos por meio da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).

O Ministério da Saúde informou ao R7, por meio de nota, que nenhuma dose de vacina foi entregue aos estados e Distrito Federal vencida. "A pasta acompanha rigorosamente todos os prazos de validade das vacinas covid-19 recebidas e distribuídas pela pasta." Acrescentou, ainda, que "cabe aos gestores locais do SUS o armazenamento correto, acompanhamento da validade dos frascos e aplicação das doses, seguindo à risca as orientações do ministério".

No total, desde o início da campanha de vacinação no país, 140 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 já foram distribuídas aos Estados e municípios. Na quarta-feira (30), o Brasil ultrapassou a marca de 100 milhões de doses aplicadas, sendo a média de 1,4 milhões de doses aplicadas por dia.


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