Aprovado projeto que torna Mercado Público patrimônio histórico do RS

Aprovado projeto que torna Mercado Público patrimônio histórico do RS

Secretaria de Parcerias Estratégicas garante que concessão da gestão não se contrapõe à ideia de preservação

Samantha Klein

Projeto foi aprovado na Assembleia Legislativa nesta terça-feira

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A Assembleia Legislativa aprovou, nesta terça-feira, o projeto de lei que torna o Mercado Público de Porto Alegre Patrimônio Histórico do Rio Grande do Sul. O tradicional espaço, que sofreu quatro incêndios, já é patrimônio da Capital.

De autoria do deputado Luiz Marenco (PDT), o texto não inviabiliza a concessão do tradicional estabelecimento, segundo o próprio parlamentar. A expectativa, no entanto, é que o processo de tombamento ao Patrimônio Histórico possa dificultar o processo. O deputado declarou ao Correio do Povo que, quando soube que o prefeito [Nelson Marchezan Jr.] queria privatizar ou terceirizar o Mercado, colocou-se à disposição “para não deixar que isso aconteça”.

A proposta passou em plenário em meio ao processo em curso que pretende conceder a exploração do complexo à iniciativa privada. Os permissionários temem que o espaço perca as características de mercado público a partir de um tipo novo de gestão.

O secretário municipal de Parcerias Estratégicas disse, no entanto, que a concessão da gestão do Mercado à iniciativa privada não vai contra a ideia de manter o local como um patrimônio gaúcho. De acordo com Thiago Ribeiro, as reformas no local terão de respeitar as características do prédio como tombado.

“Nos causa muita estranheza que o Mercado Público seja declarado patrimônio histórico estadual justamente no momento em que abrimos a consulta pública. Se o intuito era impedir ou dificultar a concessão, não haverá muito êxito porque a proposta de concessão parte da ideia de preservação do estabelecimento. O que pode acontecer é que a futura concessionária tenha de apresentar seu projeto de restauração também para o Ephae”, sustenta. Ribeiro salienta que as legislações sobre patrimônio histórico da Capital e do Estado se parecem, seguindo critérios nacionais de preservação.

Já a presidente da Associação dos Permissionários do Mercado Público, Adriana Kauer, disse que o tombamento, no ano em que o local completa 150 anos, é um reconhecimento à história. “O Mercado já sofreu com incêndios, com tentativas de transformar em estacionamento, houve enchente, então quem o mantém em pé são as pessoas”, sustenta. “E também abre os olhos do público em relação ao processo de privatização. O nome concessão, utilizado pela Prefeitura, só torna o termo mais palatável”, considera.

Calendário para a concessão

Assim, a Prefeitura espera lançar até novembro o edital de concessão da gestão do Mercado Público de Porto Alegre e, até março de 2020, assinar o contrato com uma empresa privada para administrar o espaço.

O futuro gestor privado deve administrar o local por 25 anos, aplicando R$ 85 milhões nesse período. Do montante, R$ 41,5 milhões envolvem investimentos e R$ 43,5 milhões gastos com manutenção. Com isso, a expectativa é que sejam realizadas melhorias estruturais e de acessibilidade.


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