Aras pede atenção a "polarizações e extremos que enfraquecem nossa democracia"

Aras pede atenção a "polarizações e extremos que enfraquecem nossa democracia"

Procurador-geral da República defendeu ainda que o MP fique atendo a defesa do regime democrático

AE

Discurso foi lido durante a posse da nova diretoria do Conselho Nacional de Procuradores-Gerais do Ministério Público na sexta-feira

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O procurador-geral da República, Augusto Aras, publicou na noite deste domingo um discurso que proferiu no fim da semana passada como reação à participação do presidente Jair Bolsonaro em uma manifestação que pediu o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal. O ato foi realizado em frente ao Quartel-General do Exército e foi favorável a uma intervenção militar no País.

"É preciso estar atento neste momento para as polarizações, os extremos, internos e externos, que enfraquecem a nossa democracia participativa", diz Aras no discurso, lido durante a posse da nova diretoria do Conselho Nacional de Procuradores-Gerais do Ministério Público (CNPG), na sexta-feira.

"E para isso fica o meu convite à tolerância, à solidariedade e à responsabilidade sociais, mormente neste período em que a epidemia tem dizimado milhares de pessoas." Aras não cita o nome de Bolsonaro no texto e também não faz referências diretas à participação do presidente na manifestação. O procurador-geral cita apenas "eventos noticiados neste domingo" ao justificar a reiteração do que afirmou na sexta.

MP precisa “estar atento na defesa da democracia”, diz Aras

Augusto Aras afirmou ainda que o Ministério Público precisa "estar atento em defesa da nossa democracia para que se preservem as instituições do Estado brasileiro" e tem o compromisso de velar "pela ordem jurídica que sustenta o regime democrático".

"Precisamos estar atentos para que uma calamidade pública não evolua para modelo de estado de defesa ou de sítio, porque a história revela que nesses momentos podem surgir oportunistas em busca de locupletamento a partir da miséria e da perda da paz que podem resultar em graves comoções sociais", afirmou em nota que reitera o discurso na última sexta.

O PGR afirmou ainda que o Ministério Público "não pode se dobrar a nenhum governo, mas, deve, sim, fortalecer o Estado brasileiro no universo dos Poderes que recebeu do constituinte de 1988".


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