Artesãos protestam pela retomada do Brique da Redenção

Artesãos protestam pela retomada do Brique da Redenção

Cerca de 180 trabalhadores não podem realizar a feira desde 15 de março

Gabriel Guedes

Artesãos pedem volta do Brique da Redenção

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A manhã deste domingo era para ser mais uma com o Brique da Redenção, mas ao invés disso teve um protesto. Desde de 15 de março, os cerca de 180 artesãos estão sem expor seus produtos, já que a tradicional feira está impedida de ser realizada em virtude das medidas de combate à Covid-19. Com faixas e cartazes, um grupo de feirantes se manifestou pedindo a retomada do evento dominical, mas respeitando as medidas sanitárias. Também houve arrecadação de alimentos para auxiliar profissionais sem renda.

O artesão Vilson Gilmar da Silva liderou o movimento: “Tem gente precisando do brique pra ter renda. Então estamos aqui para sensibilizar e para que as pessoas se solidarizem com a gente”, defende. Segundo ele, uma comissão já foi até à Prefeitura. “A gente se compromete cumprir todo regulamento. Até doar máscaras para clientes que por acaso não tenham”, acrescenta Sandra Calderaro, 57 anos, que é artesã há 25.

Por outro lado, sem vender, muitos dos artesãos estão sofrendo, segundo os colegas. “Muitos já estão com depressão e até mesmo falta expectativa de vida”, conta uma das feirantes, Marlene Simões, 59. O protesto, que reuniu uma dezena de pessoas, só não teve mais adesão, segundo ela, por que alguns não têm nem dinheiro para se deslocar: “É que muitos aqui tem que ter o Brique para vender a produção da semana”, explica Sandra. Segundo Silva, os artesãos não receberam auxílio emergencial de R$ 600 do governo federal.

Prefeitura pode rever liberação no fim de semana

A Prefeitura de Porto Alegre destacou o secretário extraordinário de Enfrentamento do Coronavírus, Bruno Miragem, para lidar com a questão: “Vamos examinar. Nossa prioridade tem sido sempre atuar com prudência, seguindo os protocolos de segurança. Tão logo que possível, não há nenhum impedimento de verificar esta retomada. Estamos cientes. Eles não estão esquecidos”, afirma.

De acordo com secretário, as revisões de liberação – ou não – de atividades estão previstas para ocorrerem a cada 15 ou 20 dias. A próxima pode acontecer no final de semana. “Esperamos avançar na liberação, desde que os números permitam termos uma situação confortável.”


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