Associação comemora abertura dos restaurantes no sábado, mas pede continuidade dos serviços

Associação comemora abertura dos restaurantes no sábado, mas pede continuidade dos serviços

Presidente da Abrasel destacou que a liberação para domingos e feriados é essencial para evitar colapso no ramo

Cláudio Isaías

Restaurantes do Rio Grande do Sul foram autorizados a abrir no sábado de Páscoa

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"A abertura dos bares e restaurantes no sábado é uma boa notícia, já que o final de semana é fundamental para o faturamento dos estabelecimentos. No entanto, precisamos de continuidade e de uma situação bem definida para buscarmos uma recuperação da crise que o setor enfrenta". A avaliação é da presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Rio Grande do Sul (Abrasel no RS), Maria Fernanda Tartoni, ao afirmar que abrir no sábado vai ajudar, mas que também é necessária a liberação no funcionamento aos domingos, feriados e com horários mais flexíveis que os atuais.

Segundo ela, se seguir neste ritmo, o colapso no ramo da gastronomia poderá gerar consequências graves à economia gaúcha. "O setor é responsável por milhares de empregos. Cerca de 80% dos estabelecimentos demitiram funcionários durante a pandemia, sendo que metade daqueles que não tiveram cortes na equipe ainda, pretendem fazer para tentar equilibrar as contas", destacou.

O endividamento atinge 85,7% dos estabelecimentos e traz reflexos aos cofres públicos com dois terços deixando de pagar impostos. De acordo com dados da Abrasel no RS, mais da metade dos bares e restaurantes gaúchos correm o risco de fechar nos próximos 60 dias. Os prejuízos em fevereiro atingiram 76,9% dos estabelecimentos. “Estamos agonizando. Se continuar assim, o cenário será irreversível”, alertou Maria Fernanda Tartoni.

A principal demanda da categoria para solucionar a situação é uma flexibilização nas regras de funcionamento à noite e aos finais de semana. Os estabelecimentos registram mais de 40% do seu faturamento durante o sábado e domingo. "A maioria dos bares e restaurantes conta com a venda de jantares para sua sobrevivência, com uma fatia significativa dos locais operando apenas no período noturno. Não funcionar de noite e aos finais de semana significa a falência para muitos empresários”, ressaltou Maria Fernanda.

Segundo ela, apenas a tele-entrega não cobre os custos e o rendimento fica abaixo comparado ao salão. “Os finais de semana também são fundamentais para escapar da crise, é nesse momento que as pessoas gastam um pouco mais porque conseguem fazer a refeição com mais tranquilidade”, argumentou.

O Sindicato de Hospedagem e Alimentação de Porto Alegre e Região (Sindha), que representa mais de 7 mil empresas da gastronomia e da hotelaria e gera mais de 58 mil empregos diretos, lamenta que a única boa notícia tenha sido a liberação de abertura dos restaurantes neste sábado. "Com a decisão do governador Eduardo Leite, os setores são novamente prejudicados. Diante das restrições gerais, prolongadas até o dia 9 de abril, a situação é constrangedora", afirmou o presidente do Sindha, Henry Chmelnitsky.

"Essa medida do governo do Estado nos surpreende negativamente. Continuaremos com essa ação de não poder trabalhar até as 2h e sequer sábados e domingos. Não aguentaremos seguir assim, sem abrir nos períodos que são mais fundamentais para a receita", acrescentou. "Não gostamos de nos comparar com outros setores, mas basta ver que há contaminação profunda em outros espaços que estão abertos o tempo inteiro. É muito estranho que nenhuma explicação é dada para esses critérios. Estamos constrangidos com esse movimento do governador", finalizou Chmelnitsky.


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