AstraZeneca retoma testes de vacina contra Covid-19 na Grã-Bretanha

AstraZeneca retoma testes de vacina contra Covid-19 na Grã-Bretanha

Testes haviam sido interrompidos devido à doença de um voluntário

AFP e AE

Vacina contra coronavírus do laboratório AstraZeneca desenvolvido pela Universidade de Oxford se mostrou segura

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O grupo farmacêutico AstraZeneca anunciou neste sábado a retomada dos testes clínicos para desenvolver uma vacina contra a Covid-19. Eles haviam sido interrompidos devido à doença de um voluntário, depois receber a autorização da agência reguladora britânica.

"Os testes clínicos para a vacina AstraZeneca Oxford contra o coronavírus, AZD1222, foram retomados no Reino Unido após a confirmação pela Autoridade Reguladora de Saúde de Medicamentos (MHRA)", informou a empresa.

Segundo o documento divulgado pela universidade, foi realizado um processo de revisão. De acordo com as recomendações de um comitê de revisão de segurança independente e do regulador do Reino Unido, os testes poderão ser retomados.

"Globalmente, cerca de 18 mil pessoas receberam as vacinas do estudo como parte do ensaio. Em grandes ensaios como este, espera-se que alguns participantes não se sintam bem e todos os casos devem ser avaliados cuidadosamente para garantir uma avaliação cuidadosa da segurança", diz a nota. A universidade não divulgou informações sobre o participante do estudo que apresentou reações adversas, mas destacou que está comprometida com a segurança dos voluntários e com "os mais altos padrões de conduta".

Suspensão dos testes

A AstraZeneca anunciou na quarta-feira a interrupção "voluntária" dos testes da vacina que desenvolve em parceria com a Universidade de Oxford depois de detectar que um dos voluntários havia desenvolvido uma doença "inexplicável". Um comitê independente examinou as medidas de segurança dos testes, um passo que tanto a multinacional como a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificaram como algo rotineiro nestes casos.

O comitê "concluiu as investigações e confirmou a MHRA que os testes são seguros", completou a AstraZeneca. A vacina da empresa é uma das nove que estão sendo testadas atualmente no mundo em larga escala em seres humanos, o que é conhecido como Fase 3.

Nos Estados Unidos, a AstraZeneca começou em 31 de agosto a recrutar 30.000 voluntários. A inoculação já começou com pequenos grupos no Brasil e em outros países latino-americanos.

A vacina AZD1222 utiliza uma versão mais benigna do adenovírus que provoca o resfriado comum, mas modificado geneticamente para lutar contra a proteína que a covid-19 utiliza para invadir as células humanas. Ao ser vacinado, o paciente começa a produzir esta proteína, o que permite ao sistema imunológico atacar o coronavírus em caso de infecção.

No comunicado, a AstraZeneca insiste que mantém os mais elevados parâmetros de segurança e que retomará os testes clínicos em outros países quando receber a autorização das respectivas autoridades, com o objetivo de "fornecer uma vacina de forma ampla, equitativa e sem buscar benefícios durante a pandemia".

A pandemia do novo coronavírus provocou pelo menos 916.372 mortes no mundo desde que a unidade da OMS na China registrou o surgimento da doença em dezembro, de acordo com um balanço estabelecido pela AFP e atualizado neste sábado com base em números oficiais dos países. Desde o início da epidemia, mais de 28,5 milhões de pessoas contraíram a doença. Do grupo, mais de 19 milhões se recuperaram, de acordo com as autoridades.

O número de casos diagnosticados positivos reflete apenas uma parte do total de contágios devido às políticas díspares dos países para detectar os casos. Alguns testam apenas as pessoas que precisam de internação e muitos países têm capacidade limitada de exames.

Vacina da Oxford no Brasil

A vacina de Oxford está sendo testada no Brasil em cerca de 5 mil pessoas. Participam ainda dos estudos os Estados Unidos e a África do Sul, além do Reino Unido, primeiro país a testar o produto. O estudo brasileiro, iniciado em junho, está sendo coordenado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). A instituição informou que não foram registrados eventos adversos em participantes brasileiros.

Já há acordo firmado entre o Ministério da Saúde e a AstraZeneca para que o imunizante seja produzido no País após uma eventual aprovação. A fabricação seria possível graças a uma parceria para transferência de tecnologia para a Fiocruz.

 


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