Atividade na Redenção destaca a prática da capoeira

Atividade na Redenção destaca a prática da capoeira

Mestre Farol coordenou roda que integrou a Semana das Lutas do programa Mexatchê-Movimento Porto Alegre

Correio do Povo

Atividade na Redenção destaca a prática da capoeira

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Reconhecida pela Unesco como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, a capoeira é uma arte marcial genuinamente brasileira que combina-se com a cultura popular, música e esporte. Na manhã ensolarada deste domingo, o presidente da Federação Gaúcha de Capoeira, professor de educação física Paulo Antônio da Costa, 54 anos, o Mestre Farol, coordenou uma roda de capoeira próximo do Monumento ao Expedicionário na Redenção, em Porto Alegre. A atividade integrou a Semana das Lutas do programa Mexatchê-Movimento Porto Alegre, promovido pela Prefeitura Municipal. Houve a participação de integrantes da Escola de Capoeira Guerreiros.

Segundo Mestre Farol, o Ministério da Cultura está realizando um levantamento de quantos capoeiristas, mestres e grupos existem em todo o país através do Programa Nacional de Salvaguarda e Incentivo à Capoeira coordenado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). “A capoeira nasceu através de vários elementos da cultura negra”, destacou, lembrando que ela surgiu entre os africanos trazidos como escravos e seus afrodescendentes. “É uma formação de várias culturas africanas que forjaram a capoeira”, acrescentou, confirmando que a mesma era praticada em meio a dança. “Ela foi usada nos quilombos e participou até de várias guerras”, assinalou.



Mestra Farol citou ainda como exemplo a Guerra do Paraguai, onde atuaram os capoeiras baianos do Batalhão de Zuavos.  “Pelos atos de bravura se tornaram oficiais do Exército Brasileiro”, frisou. Ele ressaltou ainda a atuação dos capoeiras para expulsar os invasores holandeses em Pernambuco. Ao longo dos anos, afirmou, a capoeira incorporou “toda uma cultura ritualista” e está presente em mais de 150 países.

Nos tempos atuais, Mestre Farol entende que a capoeira é “uma excelente ferramenta pedagógica” aos jovens. Na sua opinião, ela traz defesa corporal, força, resistência, flexibilidade coordenação motora, saúde, equilibro e segurança emocional, autoestima, foco, organização e melhora nos estudos, além de promover até o distanciamento das drogas. “Aqui encontra-se amizade e bons hábitos” resumiu.

Como professor de educação física, Mestre Farol lamentou que a capoeira ainda não esteja muito presente nas escolas. “O avanço está sendo muito moroso”, constatou. No entanto, ele enfatizou que a capoeira já invade até o ambiente universitário, encontrando-se presente em muitos estabelecimentos de ensino particular e público, projetos sociais, centros comunitários e na periferia. “A capoeira consegue se espraiar em vários espaços”, concluiu Mestre Farol.

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