Ato festeja lei que reconhece feiras ecológicas da Redenção

Ato festeja lei que reconhece feiras ecológicas da Redenção

Sancionada no final de junho, legislação destaca interesse cultural das feiras dos Agricultores Ecologistas e Ecológica do Bom Fim

Correio do Povo

Ato comemorou a sanção da lei que considera feiras de interesse cultural do Estado

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O ato festivo “AgriCULTURA e AgroECOLOGIA-Saberes a céu aberto” foi realizado, na manhã deste sábado, na Feira dos Agricultores Ecologistas e Feira Ecológica do Bom Fim, junto à Redenção, em Porto Alegre. O evento celebrou a recente publicação da Lei nº 15.296, que reconhece as duas feiras como de relevante interesse cultural do Estado do Rio Grande do Sul, de autoria do deputado Edegar Pretto (PT), e também o Dia Internacional da Agricultura Familiar. A legislação foi sancionada no final de junho pelo governador Eduardo Leite.

Além de cerimônia, a festividade contou com shows e preparação de receitas ao vivo por um chef de cozinha, entre outras atrações programadas. A Feira dos Agricultores Ecologistas nasceu em outubro de 1989 e a Feira Ecológica do Bom Fim surgiu em agosto de 1991, reunindo juntas 198 produtores dedicados à produção e venda exclusivamente de hortifrutigranjeiros orgânicos e derivados, como por exemplo geleias, mel, pães, massas, pastas e conservas. “A agricultura familiar é a base disso tudo aqui”, observou. “São pequenas famílias, pequenas propriedades...tudo com diversidade”, ressaltou o produtor Shiva Braga.

Integrante da comissão organizadora do evento, Braga observou que o conjunto das duas feiras é considerado o maior do gênero a céu aberto da América Latina. “Estima-se a circulação entre 12 mil e 15 mil pessoas por sábado”, calculou, lembrando que é crescente o interesse do público pela alimentação orgânica. “Acredito que devido ao acesso à informação e à consciência das pessoas. Tivemos este ano mais de 250 agrotóxicos liberados pelo governo, sendo que o país é o que mais já tem o produto liberado sem falar do contrabando. Nossa saúde começa pelo que se come...”, alertou.

Segundo Shiva, os produtores orgânicos precisam cumprir uma legislação para garantir que os alimentos foram cultivados “sem veneno”, recebendo assim certificação. “Todos aqui têm o selo orgânico”, frisou. “Aqui transgênico não chega nem perto”, declarou. Ele lembrou ainda que a relação de quem produz com que consome é diferente, sendo direta.

“Quem planta é quem está vendendo. Há uma relação de confiança e esse é o maior selo para nós”, enfatizou. Outra questão apontada por ele é de que a alimentação orgânica é cara. “É uma falsa imagem. Aqui vamos encontrar produtos muitas vezes abaixo do convencional no mercado”, assegurou.

A Feira Ecológica da Redenção foi a primeira feira de agricultores ecológicos do país. Ampliada com a Feira dos Agricultores Ecologistas, as duas quadras da rua José Bonifácio são ocupadas, aos sábados, por 138 bancas, todas com produtos 100% orgânicos e certificados.


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