Ato questiona falta de diálogo e medicamentos no Hospital São Camilo, em Esteio

Ato questiona falta de diálogo e medicamentos no Hospital São Camilo, em Esteio

Funcionários da saúde protestaram em frente a instituição nesta terça-feira

Fernanda Bassôa

Protesto ocorreu em frente ao Hospital São Camilo nesta terça-feira

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Funcionários do Hospital São Camilo, em Esteio, realizaram um ato de repúdio ao meio-dia desta terça-feira em frente a instituição de saúde em razão da falta de diálogo com a direção da casa, bem como insumos, medicamentos e também em razão do vazamento de imagens que mostram trabalhadores forjando a catraca do refeitório. Na semana passada, estes mesmos trabalhadores procuraram a Câmara de Vereadores para reclamar do valor da refeição que passou de R$ 2 para R$ 13,90, o que teria causado descontentamento entre médicos, enfermeiros, técnicos e demais trabalhadores da saúde.

O diretor-presidente do SindiSaúde do Vale do Sinos, Jeisson Andrei Rex diz que antes de vazar as imagens daqueles que estariam burlando o sistema, a direção do Hospital deveria ter aberto sindicância ou procedimento administrativo. “Todos têm direito ao contraponto, a ampla defesa e ao contraditório. Existe sim o desabastecimento de medicação. Faltam seringas, soro, lençol e cirurgias precisaram ser canceladas por conta disso. Há relatos de que pacientes precisam comprar medicamentos que deveriam ser fornecidos pelo hospital.”

O vice-presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Estado do Rio Grande do Sul, Ismael Miranda, que acompanhava a manifestação junto com o grupo, disse que o hospital está criando mecanismos para terceirizar a alimentação dos trabalhadores. “Entregar para a iniciativa privada uma refeição ao valor de R$ 2 não é vantagem. Porém, o valor de R$ 13,90 já é mais atrativo. Pessoas que lidam com urgência e emergência muitas vezes não fazem uma refeição. Simplesmente comem, engolem a comida”, disse Miranda, pontuando que alguns funcionários são vítimas de coação por parte da gestão da casa. A presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Esteio (Sisme), Graziela de Oliveira Neto, informou ainda que ao longo dos últimos anos o FGTS dos trabalhadores não está sendo depositado. “A crise do Hospital São Camilo, pela falta de repasses, tem sido mascarada pela atual gestão, pelo nosso prefeito. Quem está pagando por isso são nossos trabalhadores.”

O diretor Administrativo da Fundação de Saúde Pública São Camilo de Esteio, Gerson Cutruneo, informou que não houve reajuste no valor da refeição. “O que aconteceu foi um equilíbrio financeiro entre o custo e o consumo dos alimentos. Além disso, é preciso salientar que o vale-alimentação dos trabalhadores é R$ 18 e que eles recebem uma cesta básica no valor de R$ 190.” Sobre as catracas do refeitório, o diretor administrativo explica que elas foram colocadas em razão de que muitos funcionários permaneciam muito tempo no local, enquanto os pacientes aguardavam por atendimento. “As imagens que vazaram e que mostram funcionários pulando e forjando a catraca, não foram fornecidas nem pelo Hospital e nem pela Prefeitura.

Entretanto, esse registro foi feito em agosto, quando a refeição ainda custava R$ 2, e já foi encaminhado para a Comissão de Sindicância. As pessoas foram identificadas e se está apurando a responsabilização pelo dano causado.” Cutruneo ainda conta que a administração do hospital percebeu que antes da colocação das catracas, funcionários em férias, em licença-saúde e filhos de funcionários usavam o refeitório do Hospital. “Não podemos concordar com esse tipo de atitude.”

Sobre a falta de medicamentos e insumos, o diretor disse que faz parte de um diálogo que não corresponde com a realidade e nem com a farmácia do hospital. “Estamos suprindo a demanda da emergência pediátrica do Hospital Getúlio Vargas, de Sapucaia, que está em reforma, e também do Centro Obstétrico de Estância Velha. De janeiro a agosto contabilizamos 6 mil atendimentos/mês de 77 municípios.” Cutruneo finaliza salientando que todos os 100% dos funcionários do hospital estão com os salários em dia e com a primeira parcela do 13º salário paga.


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