ATP sugere "inexperiência" de técnicos do TCE para calcular tarifas

ATP sugere "inexperiência" de técnicos do TCE para calcular tarifas

Gerente executivo confirmou ter contestado metodologia do Tribunal na Justiça

Lucas Rivas / Rádio Guaíba

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A Associação dos Transportadores de Passageiros de Porto Alegre (ATP) confirmou nesta quarta-feira ter contestado na Justiça a medida adotada pelos técnicos do Tribunal de Contas do Estado (TCE), que consideraram somente a frota operante de ônibus, para definir o valor atual da passagem de ônibus em Porto Alegre. O gerente da ATP, Luiz Mário Magalhães Sá, disse que a "inexperiência" dos técnicos da Corte pode ter contribuído para o fato de a frota reserva não ter sido considerada.

“Nós temos o maior respeito pelos técnicos do TCE mas, certamente, talvez pela inexperiência deles em lidar com a questão da metodologia da tarifa de ônibus, cometeram um engano e a Prefeitura convalidou com isso”, avaliou.

Sá esclarece que o laudo foi emitido em julho por 10 professores ligados à Fundação Empresa Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). Segundo ele, estudos semelhantes que garantem que a frota total de coletivos deve ser considerada já havia sido elaborados pela mesma Fundação, no mês de março, e no ano de 1986.

Além de fundamentar a ação judicial com esse estudo, a ATP adverte que a metodologia adotada pelo TCE, que não leva em consideração a frota reserva, eleva o preço da tarifa de ônibus em vez de reduzir. A ATP garante ainda que nos últimos três meses do ano passado, todos os coletivos reservas entraram em circulação.

Os embasamentos levaram a ATP a pedir, na Justiça, que a Prefeitura ressarça as empresas em R$ 26 milhões por não ter recorrido da liminar que barrou o reajuste da tarifa de ônibus, em maio. A entidade também sugere que o Executivo subsidie o transporte público da cidade, a exemplo do que ocorre em São Paulo.

Em nota, a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) informou que cumpre rigorosamente a legislação e que todas as informações sobre a questão da tarifa estão sendo prestadas ao Poder Judiciário. No fim da tarde, o presidente da autarquia, Vanderlei Cappellari, também se manifestou, dizendo o mesmo. Já a o TCE informou que só pretende se manifestar quando avaliar o teor da ação judicial.

Para ATP, prejuízo pode chegar a R$ 8 milhões em agosto

A ATP informou nesta quarta que a rentabilidade do sistema é zero e que o prejuízo mensal com a defasagem da tarifa pode chegar a R$ 8 milhões, a partir de agosto. A ação judicial não pede reajuste na passagem, mas o presidente da ATP não descartou o envio de um pedido caso a indenização e a revisão do cálculo sejam negadas pelo Judiciário.

A entidade calculou em R$ 3,06 o preço da passagem para que todos os custos sejam cobertos. Caso os valores não sejam recompostos, existe a possibilidade, segundo a ATP, de não cumprimento do próximo dissídio dos rodoviários. Além disso, a compra de veículos novos para a frota está inviabilizada. A intenção era renovar 200 coletivos até o fim de 2013 e mais 180 em 2014.

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