Audiência pública critica política do governo Marchezan para assistência social

Audiência pública critica política do governo Marchezan para assistência social

Representantes salientaram que terceirização de serviços não leva em conta modos de sobrevivência dos atendidos

Eduardo Amaral

Prefeitura não enviou representante para responder questões

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Profissionais de assistência social e pessoas atendidas pelos mesmos em Porto Alegre estiveram na Câmara de Vereadores para questionar a política do setor adotada pelo município nos últimos anos. O governo Marchezan foi convidado e não enviou representantes à audiência pública realizada na noite desta quinta-feira.

Sem a presença do prefeito, Nelson Marchezan Jr ou de algum secretário, os participantes não pouparam críticas à política de assistência social. O principal alvo foram as contratualizações, que passaram à iniciativa privada funções que antes cabiam ao setor público. Representante da Frente Gaúcha em Defesa do Sistema Único de Assistência Social (Suas), Leila Thomassim citou como exemplo o Albergue Municipal, que foi fechado e em seu lugar foram abertos dois novos espaços administrados pelo Projeto Restaurar. “Há todo um retrocesso que passa pelas parceirizações como a do albergue, que foi passado para dois locais na região noroeste, distante de onde eles tem a estratégia de sobrevivência deles e do restaurante popular. Inclusive um morador disse ‘ou eu como ou eu durmo’ porque ele não tem nem Vale Transporte para ir até o local.”

Os albergues citados por Leila foram inaugurados no início de setembro com 150 vagas no total. O governo municipal repassou inicialmente R$ 60 mil para realização de obras nos dois lugares e garantiu o depósito de R$ 90 mil mensais para a instituição que administra os dois espaços. Inaugurado no início de setembro, o modelo de contratação foi comemorado por Marchezan. “O grande papel do estado não é a prestação direta dos serviços, serviços públicos não estatais, e o estado fiscalizar a qualidade, o atendimento de metas, a velocidade, a modernização de todos os serviços”, disse o prefeito na oportunidade.

As entidades ligadas à assistência social vão de encontro ao entendimento do prefeito, e garantem que o trabalho é uma “responsabilidade do Estado.” Sueli classifica a política de atendimento às pessoas em situação de rua como um processo de “higienização”, pois na avaliação dela tem se optado por levar elas para longe do Centro da cidade, com pouca preocupação com o trabalho que estas desenvolvem. Como a prefeitura não enviou representantes, os questionamentos feitos na audiência pública ficaram sem respostas.


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