Audiência pública discute proposta da prefeitura para retirar parte dos cobradores de ônibus

Audiência pública discute proposta da prefeitura para retirar parte dos cobradores de ônibus

Rodoviários prometem "parar Porto Alegre" caso o projeto seja aprovado

Rádio Guaíba

Horários sem cobrador teriam apenas pagamento automatizado

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A Câmara Municipal de Porto Alegre sedia, na segunda-feira, uma audiência pública para discutir o projeto de lei do Executivo que retira os cobradores dos ônibus em determinados horários e altera o pagamento da tarifa entre 22h e 4h. O evento, aberto ao público, ocorre a partir das 19h no Plenário Otávio Rocha.

De acordo com a proposta do Executivo, a tripulação do sistema do transporte coletivo por ônibus, composta por motoristas e cobradores, pode sofrer redução gradativa, com a exclusão dos cobradores, nas seguintes hipóteses: rescisão do contrato de trabalho por iniciativa do cobrador; despedida por justa causa; aposentadoria; falecimento do empregado; interrupção ou suspensão do contrato de trabalho; na prestação do serviço de transporte coletivo por ônibus cuja viagem tenha iniciado entre as 22h e 4h; na prestação do serviço nos domingos, feriados e dias de passe livre.

Se aprovada a proposta, o pagamento da tarifa do transporte coletivo por ônibus, nesse período de seis horas, entre o fim da noite e parte da madrugada, deve ser efetuado de forma automatizada, ou seja, sem o uso de dinheiro. Rodoviários prometem “parar a cidade” caso projeto seja aprovado

Atualmente, a Capital conta com cerca de 3,6 mil cobradores de ônibus. O Sindicato dos Rodoviários de Porto Alegre (STETPOA) é contrário ao projeto do Executivo. O presidente da entidade, Adair da Silva, entende que a medida vai gerar desemprego e garante que a categoria já se mobiliza para evitar a aprovação da matéria. A classe, inclusive, cogita a possibilidade de greve. “Vamos trancar todos os corredores de acesso ao Centro e parar a cidade”, ressalta Adair.

Já o líder do governo Marchezan na Câmara de Vereadores, Mauro Pinheiro (Rede) defende que a matéria seja construída junto com as empresas do setor e que sejam criados cursos profissionalizantes para que os cobradores de ônibus de Porto Alegre assumam outras funções. No início do mês, os rodoviários realizaram uma manifestação na região próxima à Rodoviária da Capital para sinalizar contrariedade e alertar sobre o projeto. A proposta de lei, apresentada em 2017, tramita agora em regime de urgência e deve ser votada na Câmara de Vereadores ainda no mês de dezembro.


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